3 de julho de 2010

Um Capítulo da História de R

Na sexta feira, acordei com o barulho que minha mãe faz de manhã, inquieta, sempre procurando o que fazer.
O primeiro tempo do jogo Brasil x Holanda foi até razoável — vi em casa. Mas o resto, que foi lastimável, vi no meio de muita gente angustiada, xingando e chorando, os falsos patriotas, porque não tive folga no trabalho.
A porra da caneta vermelha que abriu sozinha manchou minha bolsa, minha calça e um livro emprestado de um autor já falecido. É esse tipo de trama que me ocorre, nada mais de tão emocionante. Passei as quatro horas maçantes de trabalho com fones de ouvido, me protegendo, assim, do teatro irritante nosso de cada dia.
Tive de pegar um carona para casa para trocar de calça porque, inexoravelmente, mesmo sendo quase tão inteligente quanto dizem ou pensam que sou, ainda me preocupo com o externo. Depois, metrô. Grande metrô... Um lugar onde o silêncio é sempre bem vindo e observar não é crime. Mas ainda faltaraim vários minutos até meu destino.
Quase perto, estava frio, e eu, de regata (frio é psicológico). Enxerguei a fachada de longe e, assim que enxerguei o balcão, meio cheio, meio vazio, e o homem de pé atrás dele, eu sabia: estava em casa. Ah... lar, doce lar.

R.

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