São água para as flores que plantaste
No meu ser infeliz, e isso lhe baste
Para querer-te sempre mais e mais.
Não te esqueças de mim, que desvendaste
A calma ao meu olhar ermo de paz
Nem te ausentes de mim quando se gaste
Em ti esse carinho em que te esvais.
Não me ocultes jamais teu rosto; dize-me
Sempre esse manso adeus de quem aguarda
Um novo manso adeus que nunca tarda
Ao amante dulcíssimo que fiz-me
À tua pura imagem, ó anjo da guarda
Que não dás tempo a que a distância cisme.
Montevidéu, 1959
Vinícius de Morais
ah, esse gordinho...
ResponderExcluirAlém da beleza do poema, há uma rima que é muito bonita e incomum (alguém diria que gostar de rimas é ultrapassado): "lágrimas"/ "mais e mais".
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