Um bar, alguns amigos, alguns otários e algumas cervejas. Ela estava a devanear sobre coisa alguma, simplesmente porque "segurar vela", como dizem, é, muitas vezes, desagradável. Sua amiga com o otário da cantada do isqueiro, sua prima com uma menina não muito interessante; nada mais a fazer: foi logo ao banheiro.
Estendeu, com a maior paciência, alvas fileiras brilhantes para logo depois sentir, à sua maneira, uma a uma desvanescendo-se, mas extinguindo-se, pois adentravam um novo corpo, uma nova traqueia, uma nova narina. Nova por algum tempo, o que, em alguns meses, não seria.
Caju saiu do banheiro cambaleando, melhor do que nunca. Um dos amigos interrompeu um dos beijos:
— Caju, precisa de algo?
— Não — respondeu Caju, sabendo que em breve suas reminiscências e seus segredos estariam a salvo, compartilhados com os amigos azedos. — Não preciso de nada.
R.
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