Eu estava dentro do coletivo.
A rua estava cheia, os animais correndo soltos;
atenção nunca disperdiçada com a palavra dos mestres.
A luz era parca e vi algo não visto por toda uma vida.
Eu conhecia aquele chapéu.
E aquele cabelo.
E aqueles lábios.
Lábios e, agora, esferas de metal.
Metal frio que chama o calor, lascivo.
Lábios lascivos.
Lábios lascivos e dedos ágeis.
Dedos ágeis que não discam porque não têm memória.
Quem dera o dono daquele chapéu ainda tivesse meu telefone...
R.
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