Não consigo lembrar qual era a música que estávamos tocando.
A garota da noite passada foi até aquele bar no frio pra me ver tocar. Demais aquela garota. Quente. Puramente inebriante.
Ela, mesmo prestando atenção, sentindo cada nota, ficava do lado de fora da porta pra poder fumar. Mas estava sem isqueiro.
Como já disse, não me lembro qual era a música; era boa, nós gostávamos das boas. Mas não ajudou quando ela veio para a revista. Os acordes, as nuances e tal... Quando a garota da noite passada veio para buscar o meu isqueiro, procurando em todos os bolsos da minha calça jeans, a música só fez me extasiar. Aquelas mãos, que mãos... Procuravam, procuravam, enquanto eu continuava nos acordes, imaginando que era ela quem estava no lugar da guitarra.
Quando ela encontrou o isqueiro no meu bolso da frente, desejei não ter um isqueiro. Mas passei o resto da noite a imaginar que era eu no lugar daquela fumaça que inalava a garota da noite passada.
5 de setembro de 2010
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