29 de junho de 2010

Estive querendo algo novo em que me embaraçar ...
Mas não surgiu nada por aqui.

Tédio com um T bem grande pra vocês. Assim como "Trágico".
Meus pés doem.

Sei que hoje não dei o melhor de mim. Mas já não sei como consertar nada...

Minhas costas doem.

Cumpri obrigações. Mas já não sei o que fazer para me livras delas, muito menos se isso seria certo...

Minha cabeça dói.

E para essa dor eu sei que já não existe remédio.

R.
"[...] There is love in our bodies and it holds us together
But pulls us apart when we're holding each other
We all want something to hold in the night
We don't care if it hurts or we're holding too tigh
There's love in you body
But you can't let it out
It gets sutck in your head
Won't come out of your mouth
Sticks to your tongue
And shows on your face
That the sweetest of words
Have the bitterest taste
Darling heart, I loved you from the start
But you'll never know what a fool I've been
Darling heart, I loved you from the start
But that's no excuse for the state I'm in [...]"
Hardest of Hearts, Florence And The Machine

28 de junho de 2010

Tudo é dor

Toda dor vem do desejo de não sentirmos dor;
Toda dor vem da vontade de matar as dores do mundo;
Toda dor vem dos remédios para dor;
Toda dor vem do desejo de sentirmos dor,
Para assim não sentir mais dor nenhuma.

Dor de J.
Minha Internet não esta muito boa...
Então alguém pode fazer o favor de entrar no mercado livre, e me comprar um estômago descente (de preferência que não esteja esburacado ou desmanchando)... ?

J
Já acabou?











E agora?









E agora, já acabou?










Porra, tenho de vir a esse antro colorido pra fingir aprender alguma coisa até quando?

Angústia de R.

27 de junho de 2010

How Synyster And How Correct

Mi corazón de cenicero.

A Lack Of Color

And when I see you
I really see you upside down
But my brain knows better
It picks you up
And turns you around
Turns you around, turns you around

[...]

This is fact not fiction
For the first time in years
And all the girls in every girlie magazine
Can't make me feel
Any less alone

I'm reaching fo the phone
To call at 7:03
And on your machine a slur a plea
For you to com home
But I know it's too late
I should have given you a reason to stay

This is fact not fiction
For the first time in years"

A Lack Of Color, Death Cab For Cutie
Porque traduzido perderia a graça.

Ao acordar, melancólico, com a idade que ainda tenho, é impossível deixar de procurar uma razão para tudo. Olho à minha volta e vejo tudo num tom de sépia, insosso, inerte. Então, de uma vez por todas (que, na verdade, é só dessa vez) aceito as coisas quase todas como são.

R.

Adolescentes (e escritores)

[...]

It's in the air now
Bitter tears and broken hearts
We're teenagers
We count the years, we think we're smart
But we're not, we don't know anything

So don't ask me where I'll go
'Cause, frankly, I don't know
And I don't give a shit

Why must we all make sense
Of what just won't make sense
For once I'm just gonna live

Teenagers, we don't know anything...

[...]

"Respondo que não haver uma razão para se estar vivo não implica em não querer, assim mesmo, viver. Os homens, os cães e as baratas sempre querer sobreviver!"
J. E. Ferreira (defuntoautor.blogspot.com)
O homem, carne crua
Sonha em desordem
Casa-se com a ordem




Pagu, cansada.
S. perguntou: "A propósito, você acha que esse amor vai crescer?"
Não sei de quem ela estava falando, mas lembrei sem querer...

"You're asking me will my love grow
I don't know, I don't know
Stick around and it may show"

Something, Beatles
"O costume de nós fica agarrado
As lembranças, os cheiros dilacerados
Nossa bela história está no passado
O amor que me tinhas era pouco e se acabou"

Música, Vanessa da Mata

Bem, Pagu, ainda estamos a imprimir nossa história,
e acho que você ainda não deixou de me amar,
e que o amor é grande,
mas o costume está mais que agarrado.
Está gravado em pedra, e essa foi pra você.

R.


Sorry I dind't ask your permission to post this pic. If you don't like it, I can delete it.
It's just we haven't talked much,
then I just uploaded the photograph so I could miss you a little less.
However, it didn't work.
XO, Aninha.

Ressurreição

O nada não é surpreendente. Não depois de você já estar acostumado.
Não há televisão. Não há telefonemas. Não há música. Pra ser sincero, não haver música é o pior de tudo.
Quando há o nada, não há preenchimento. Não há como avançar o tempo até chegar a hora em que você dorme e tudo volta à escuridão total, sem sonhos, sem suor, sem alarmes, muito menos tranquilidade. Eu sei, é tudo sem sentido. E não há alguém com quem conversar — alguém que depois não usa o que você disse contra você.
A verdade, no meu caso, é que, dramático como sou, prefiro assim, mas sem perceber. Me afundo, por livre e espontânea vontade, no esmo — assim, amiúde, lentamente — para depois ter algo sobre o que lamentar.
Um ser inconstante. O ser inconstante que sou prefere assim. A boa a velha história sobre o alto sem o baixo... Na realidade — a minha realidade —, sinto-me melhor depois do péssimo. Uma espécie de ressurreição. Entrar num buraco e jurar para si mesmo que esta não é a razão pela qual você não vê mais o sol, dormir até maio do ano seguinte, para então escalar até o topo da fenda e cegar-se com a beleza de novos raios que trazem novos planos para serem frustrados e o levarem ao buraco outra vez.
Esporadicamente, e apenas esporadicamente, a frustração não vem. E é aí que o ser inconstante ressurge ao sair do buraco. Ele enxerga — de longe ou de perto, não importa — outros seres, inconstantes ou não, dispostos a mantê-lo longe de buracos e esgotos imundos. Mantê-lo sob a garoa fina de uma sexta-feira repleta de volósses ao vento, úmines quentes, piânitsas poliglotas, esméques e radóste.

Seres constantes e inconstantes, vagando ao meu redor; nadsats da minha djísene; meus drugues.

É só que... às vezes, a radóste falta porque vocês estão longe e eu sou patético feito um bicho de estimação que precisa de atenção.

Ainda assim, mi amas vi. Sempre.

R.

Volósses: cabelos;
Úmines: gênios;
Piânitsas: bêbados;
Esméques: risos;
Radóste: alegria/felicidade;
Nadsat: adolescente;
Djísene: vida.

"De tarde quero descansar
Chegar até a praia e ver
Se o vento ainda está forte e vai
Ser bom subir nas pedras, sei
Que faço isso pra esquecer
Eu deixo a onda me acertar
E o vento vai levando tudo embora..."

Vento No Litoral, Legião Urbana

That's Gerard right there.

26 de junho de 2010

"[...]Gostaria que me dissesse sinceramente se Catarina sofreria muito se perdesse o marido. É êste temor que me retém. E com isso, veja a senhora a diferença que existe entre nossos sentimentos: estivesse êle em meu lugar e eu no dêle, embora o odeie com um ódio que me envenenou tôda a vida, jamais levantaria a mão contra êle. A senhora pode mostrar cara de quem não acredita, se quiser! Eu nunca o teria banido do convívio de Catarina, enquanto ela mostrasse desejo por êle. No momento, porém, em que seu interesse por êle cessasse, eu lhe arrancaria o coração e lhe beberia o sangue! Mas até aí... se não me acredita é porque não me conhece... até aí eu iria morrendo lentamente, antes de tocar num só fio de cabelo de sua cabeça!"



"— Agora, meu rapazola, és meu! E haveremos de ver se uma árvore não cresce tão torta quanto outra, se é o mesmo vento que as curva!"



"[...]O interlocutor começou a ler. Era um rapaz convenientemente trajado e sentado à mesa, com um livro à sua frente. Suas belas feições brilhavam de prazer e seus olhos mal se continham, que não abandonassem a página que liam, para se fixarem sôbre uma mãozinha branca apoiada em seu ombro, que o chamava à ordem com um tapa camarada na bochecha, cada vez que êle dava sinais de desatenção. A dona daquela mão se conservava por trás dêle. Suas madeixas leves e sedosas se misturavam por vêzes aos cabelos negros do discípulo, quando ela se inclinava para vigiar-lhe o trabalho. E o rosto dela... Ainda bem que êle não o via, porque doutra forma não poderia jamais prestar atenção alguma à lição. Eu, porém, podia vê-la e mordia os lábios, despeitado, pensando que havia deixado passar a oportunidade de fazer alguma coisa mais que contemplar sua risonha beleza."

O Morro Dos Ventos Uivantes, Brontë, Emily.
Ouçam Mr. Airplain Man.

Cevada, sushi e amônia.

Estavam todas pintando os cabelos. Eu mesmo arrumei os meus antes de sair.
Dinda pegou alguns dos meus cigarros, porque os meus são mais fortes que os dela.
Cá estou eu, na tela de outrém, esperando que algo aconteça.
Achei Detroit Cobras e descobri que as coisas vêm mais rápido se você as agarrar pelo cangote.
Isso me deprime. Eu sempre jurei que fosse suficiente chamar.

R.

25 de junho de 2010

A chave

A chave não entrou.
Bem, aquela coisa insignificante, de um metal gelado, não quis entrar. Fiquei assim, para fora. Presa. Não pude evitar as lágrimas que me escorreram. Como pode? Talvez se ela fosse uma cenoura, abrisse. Acontece que uma vez que as portas da percepção estão abertas, as da minha casa estão fechadas. Fiquei para fora, da minha própria casa. Ironico. Porque quando uma porta abre, as outras tem que se fechar?
Não podemos simplesmente ventilar livremente? Cacete.
A coisa é que a minha chave não entrou. Fiquei para fora, esperando. A casa é assustadora para quem está do lado de fora. Arrombar sua própria fechadura - aquela que te mantém segura a noite - é algo libertador.

Jackie
Agora dentro de "casa".
P.S. I'm standing by all of you.

24 de junho de 2010

Me Diz

Por que é que eu já perdia a vontade?
Por que é que eu intensifico pequenas coisas?
Por que é que eu minimizo coisas maiores?
Por que é que eu ensaio tanto?
Por que? Me diz?


R.

Standing by who?
"eu não gosto toda vez do que foi relatado no texto
porque voce sabe que nossas vidas, seguidas pelas sensações
são parecidas...
mas o jeito como voce escreve,faz eu gosotar"


(adoro gramatica porque falar bem é bom - liberdade na escrita) rs

De Pagu
Para Jack

Porra

O batom borrado me colore, e o reflexo no espelho é de uma vespa. Os alfinetes que torturantemente corrigem e espetam não me fazem sentir menos dor, como deveriam. Perdeu o sentido. Meu olho esta borrado. E a garganta doendo.
Aquela que vi certo dia num espelho abaixo, não foi eu. Era outra. Se ao menos soubesse qual esta escrevendo. Um prazer instantâneo. HAPPY NEW YEAR. Como dizem as más línguas, a felicidade passa rápido. Estou feliz, porque hoje encontrei meus amigos. Eles estão na minha cabeça, e talvez algo mais tenha subido também. Estou sozinha, para variar, e tonta, isso é muito bom. Minha mão parece mais pálida em contraste com o vermelho. E as feridas saltaram.
É triste parecer gripada no metro, sem estar feliz.
E o pulso ainda pulsa...

Jack

P.S. I'm standing by you

Flores

"Olhei até ficar cansado
de ver os meus olhos no espelho,
chorei por ter despedaçado
as flores que estão no canteiro...
Os punhos e os pulsos cortados
e o resto do meu corpo inteiro.
(...)A dor vai curar essas lastimas
o soro tem gosto de lágrimas
as flores tem cheiro de morte
a dor vai fechar esses cortes,
as flores de plástico não morrem."
"E da dinheiro? Não" "Ah, então ainda da tempo de mudar de ideia" "Você não conversa com as pessoas" "Preconceituosa sim! Não" "Eu que não quero alguém como você, vazia" "Depois que inventaram a desculpa, ninguém mais levou soco na cara" "Reaja, você é fraca, sentimental, não vai aprender nunca a encarar as merdas da vida."

Dramático

Maximizando tudo, o que eu tentei dizer era sobre o fato de eu abrir mão de uma hora a mais de cada dia das minhas férias. E na hora, eu fui dramático a ponto de achar que não tinha ninguém dando valor a isso. Drámático e egoísta. "Grande bosta, largar obrigações". Pois é. Larguei. Grande bosta.



E sabe do que mais? Eu estava era com inveja.
É tão difícil ter uma boa dose diária que me satisfaça, quando é que verão isso?
Em nome do Bob Esponja Calça Quadrada.
Amém

23 de junho de 2010

As pessoas [de] exatas são as mais [des]humanas.
"My gift of self is raped,
my privace is raped.
And yet I find repeting in my head,
If I can't be my own,
I'd feel better dead"


Welcome G.
Sorry

Um capitulo da História de G.

Na aquela manhã, não me sentia nem realizado nem com desejo de comemorar; quando muito,a atenção havia aumentado meu mal-estar habitual.Me sentia fisicamente doente,sofrendo daquilo que descrevi como "martelada cranial" pioradas pelo estresse.

Nas primeiras horas daquela manhã, eu havia apanhado 2 cigarros e uma chícara de café. Em si, isto não era novidade, isso já é habito eu acordar fumar e tomar café, só depois me preocuparia com os meus dentes.

Nisso olho no relógio e são 7:50 ando pelo apartamento e vejo que estou sozinho em casa,o telefone toca.Era uma velha amiga minha que não via a muitos anos, fiquei muito surpreso dela ter conseguido meu número.Convidei ela para vir na minha casa, chegou meia hora depois do almoço, e me trouxe a cópia do filme Gus Van Sant's Last Days que conta a história dos últimos dias de kurt cobain.

Eu já tinha visto esse filme, mais ela não sabia, ela só sabia que eu era fã do nirvana.estávamos vendo o filme juntos, no meio do filme ela me puxa um baseado, já eram duas surpresas em só um único dia.

Foi a melhor brisa de todas ao lado daquela loca...

O dia era lindo e a dor de cabeça não passava, depois do filme e das cannabis sativa ela tinha que ir embora.Ela se foi e me deu um selinho, daí já eram umas 4h da tarde...

Incertezas em meus pensamentos, alma em conflito com o corpo.embaraçoso saber que não estou certo,mas vou prosseguindo.Mesmo estando no meio de varias pessoas é tudo vazio, uma coisa eu tenho de confessar ultimamente eu estou muito quieto, fora do costume até meus amigos estão percebendo essa mudança não sei o porque disso mais eu estou apático, meu entusiasmo não é mais o mesmo e sinto falta de alguem do meu lado. Em fim,mais um dia,a vontade de desistir de tudo é persistente e constante,uma angustia,meus pensamentos estão confusos distantes,sei lá vazio sem forças.

Dia 14/06/2010.


Não sei porque estou deixando vocês estuprarem meus pensamentos, mais eu prometi e esta ai não é grande coisa.

22 de junho de 2010

Good Night, and Good Luck

Yellow Submarine


That's Us.



We all live in a yellow submarine, yellow submarine, yellow submarine...



J.

Childhood, Gray, Smoke And Red

I wasn't lost. Just... Wandering. Or anything like that. For just five seconds I forgot where I was, then I blinked, and found myself at the subway.
The subway... Weird place. It gets empty when you don't expect for it and gets full when the last thing you want is a crowded place. For a while I stoped giving a damn about it. But not that day. On that day I wanted the subway to be full. Claustrophobic, I really wanted the subway to be crowded, so I could be on my own. But it wasn't. On that day, the subway was such a totally onucuppied vain. It was hollow. A void. And I didn't like it at all.
Eventually, the wind came. That fake wind that crawls from the bottom of your spine and grabs you by the neck. That fake wind that smells like concrete and reminds of childhood, gray, smoke and red. Gray city. Red circle — "Don't Smoke In Here". Then, eventullay, the wind left me, with nobody's company. I felt almost fine for that.
I counted. Fifth wagon. Good — I never liked even numbers anyway.
The door opened, but inexorably I decided not to enter the train.
There was a guy looking at me. And there was glass between us. Yeah, the window's glass stuck on the train's silver wall. The wagon was still, not moving. And the guy kept looking at me with his silver eyes. Big almost-silver eyes. Well, if I could see 'em, then I was looking at them. Looking back. Staring back. We kept staring at each other. Two weird people staring at each other, desiring a cigarette. Yeah, he looked like he wanted a cigarette. Just like me. Or Maybe I confused him with my reflection.
After that, I wasn't really able to see the time pass. I just noticed everything switched to slow motion.
I heard a bell. The guy, still looking at me — at my bushing eyes, got up from his seat —; I felt his hand grabbing my arm before I could see it, I felt the air on my face before I could notice he pulled me up, and the door almost got me before I could see I tripped. I didn't fall; the guy and his white hands, they got me. I felt something strange and rare.
— Are you fucnking tripping? — I asked; I screamed.
— Maybe — he calmly said. — I just wanted to see you some more.
That silver eyes guy freaked me out. He beautifully freaked me out.
— Thank you. I... It is rare to me. To be feeling this. I'm shaking. My heart beats again — I was talking nonsense. But I would find out it wasn't only nonsense. Someday, maybe. The guy dropped my arm. I sat. He sat. We kept staring at each other as I started to wonder — where was I going again? Right. Bank. Then, supermarket. I reminded myself, looking at those silver eyes, how I was dying for some booze.

R.

The Watcher


That's me.





R.

A Montanha

Oh, você sente e saboreia
E quer chegar mais alto
Então o que você faz?
Você espia a montanha
Para onde seu desejo vai

Sangue derramado sobre este lugar
Apenas ecoa a verdade
Dias a fio
E então você espia a montanha
Para onde o seu desejo vai

Oh, ter espaço para saber
Como é que isso vem
Leve isso além

É difícil endireitar-se
Quando o centro está a sangrar
Eles arrancam o meio
E jogam fora

Condução sensabor em nossas línguas
E então temos de nos preocupar
Mais com quem amamos

E quando você vê que onde há fumaça, há fogo...


Heartless Bastards, muito mal traduzido por R.

Fazendo O Que Pagu Pediu

Já percebi ter uma pequena cota de pessoas que gosto também. Como disse Jack, "sempre trazemos alguém pra mais perto, tentando incluí-lo, mas acabamos sempre entre nós mesmos".
Chorei feito um bebê emo durante dois dias sem saber porquê, mas sei que odeio meu local de estudo, odeio meu local de trabalho, e, às vezes, odeio minha casa. Talvez isso deva contar.
Minha mãe sabe que meus colegas de classe são um bando de animais inúteis, mas não aparenta preocupação. Acho que ela não sabe que eu tenho que ser muito resistente pra não me deixar afetar por eles e que isso é muito difícil. Ou talvez eu seja fraco. Ela já passou muito tempo dizendo que eu não devo encarar as pessoas e que devo ter um rosto mais aprazível, mais simpático, apesar de, no fundo, saber que só não gosta dessa minha cara de bunda porque a faz lembrar do meu pai o tempo todo e isso deve ser irritante. No fim eu só devo usar essa cara por não me garantir numa briga de socos e chutes, a não ser que tenha habilidade suficiente para enfiar a cara de alguém no muro de concreto (o que é uma vontade constante, vejo a cena o tempo todo).
Eu trabalho, e acho que não ter dinheiro trabalhando é muito pior que não ter dinheiro por não trabalhar. Afirmo aqui, oficialmente, que R$100,00 não dão pra nada. Sei disso porque não foi só uma vez que tive de escolher entre fumar ou comer, mas como diz nossa grande amiga Paraná, "para quê comer, se você pode fumar?". Alimento pra cabeça só mata a fome de vez em quando, no fim das contas. Então... sei lá.
Muitos dizem me invejar por eu poder pedir um cigarro para a minha mãe ou para meu pai sem ter de esconder nada. Por eu poder chegar cheirando a cigarro em casa. Mas isso também não faz muita diferença.
Esses dias estive só no meu grande pessimismo... Sou paranóica, estou sempre achando algo de que desconfiar, algo que possam ter dito a meu respeito, algo que possa ter feito para chatear alguém, alguém que planeja fazer algo que me chateará.
Só vocês me ajudam, mas, às vezes, há quedas em que nem as pessoas que mais amamos conseguem nos apoiar.

Não se preocupem, já chamei o guincho porque estou atrapalhando a passagem.
Beijos na testa,

R.

Pah!

Baby boy, preciso que atenda o telefone.... Você esta me deixando preocupada.
Não tenho carro para ir até aí te ver....

Te cuida, Jack
Eu só entro no computador quando eu to em casa ou na casa da Caju, e não são muitas as vezes que eu vou na casa dela e mesmo assim eu insisto em entrar pelo menos no orkut, e eu sinto vergonha por isso. Portanto não me pergunte no msn onde eu estou, isso entristece, eu preferiria estar no cursinho. Não vou muitas vezes na casa das minhas amigas e na casa das pessoas, eu nem saio muito, eu não sou igual a você que tem todos as pessoas que você gosta ou finge que gosta ao vivo, tem pessoas que eu gosto que só converso no computador e eu sinto vergonha por isso também. Mas eu acabei de pensar que se eu tenho essa cota de pessoas tão pequena, eu só afirmo aquela coisa de não gostar de muitas pessoas, eu sempre digo isso, e minha mãe ta me castrando, dizendo que eu devo conversar no intervalo da escola, mas eu não gosto de comer na frente das pessoas que eu não gosto, e nem gosto de ver todas as crianças e jovens juntas, porque elas são chatas.
Eu não conto pra minha mãe que eu não converso com ninguém, mas eu percebi que grande parte da escola presta atenção nos meus hábitos, porque disseram isso, e acham que eu sou chata, eu sou mesmo, mas não preconceituosa.

Não trabalho, eu to fugindo muito do trabalho, porque com dezesseis anos eu posso fazer isso de acordo com a minha situação economica. E eu não vou escrever livros por enquanto, porque eu não escrevo bem e tem uma porrada de homens e mulheres que ligam pra idade, e vão dizer da minha potencialidade em escrever eu to pouco me fudendo pra isso, eu prefiro evitar essas coisas, porque vão me chatear, vão mesmo, eu conheço um pouco meu sistema nervoso.
Mas as vezes eu fico puta por não ter dinheiro pra comprar o meu maço de cigarros, e eu penso em trabalhar pra isso também, mas agora eu tenho que parar de fumar porque todo mundo sabe, todo mundo ta sentindo cheiro de cigarro nas minhas coisas e as vezes em mim.
Eu tava fumando ali na sacada pra não ficar cheiro em casa, e por ter um pouco de respeito ainda, daí eu tive que me esconder dum nóia que mora aqui na frente, porque se ELE descobrir que eu fumo, ele vai começar a pedir cigarro pra mim toda vez cara, ele pede pra todo mundo que fuma aqui em casa.

Vocês, no máximo dez pessoas que lêem esse blog, compartilhem suas aflições, suas putas crises, e eu to triste porque o Saramago morreu, acho que vou escrever um livro sim, mostrando toda a minha tristeza pelas pessoas que já morreram.

P.

20 de junho de 2010

Tesoura do desejo

Você atravessando aquela rua vestido de negro. E eu lhe esperando em frente a um certo bar. Você se aproximando e eu morrendo de medo, ali, bem mesmo em frente a um certo bar.
Quando eu atravessava aquela rua morria de medo, de ver o seu sorriso começar um velho sonho bom, e o sonho fatalmente viraria pesadelo. Quando eu atravessava aquela rua morria de medo não da massagem, mas de ver o seu sorriso transformar-se num velho pesadelo, ali, bem mesmo em frente aquele velho bar.

"-Vamos entrar.
-Não tenho tempo!
-O que é que houve?
-O que é que há?
-O que é que houve meu amor, você cortou os seus cabelos?
-Foi a tesoura de desejo, desejo mesmo de mudar..."

J.

Co.ra.ção sm
1Anat. Orgão oco e musculoso, centro motor da circulação do sangue.
2Fig. Sede das sensibilidades morais, das paixões e sentimentos.
Eu escondi seu nome por amor, e um codinome beija-flor.
As pessoas correm agora, para não terem que correr depois. Deixam de beber, fumar, deixam para trás toda a felicidade e o calor, para terem um futuro saudável. Trabalham como escravos para conseguir uma boa aposentadoria.
Aí elas vão, e como boas formigas, morrem na contramão atrapalhando o sábado, sem nada de mais terem feito.
Vamos correr para ficar no mesmo lugar e viver para não termos que morrer.

Jackie
Não podemos, nem devemos falar sobre o silêncio.
Precisamos aprecia-lo e mante-lo em silêncio.
.
.
.
Túnel
.
.
.
Espasmos são concentrações de sentimentos dos músculos.

C.
Sentamos nas nossas próprias cinzas e nos manchamos com nosso sangue.
E quando morremos, e perdemos todo sangue, viramos nossas cinzas e nos deitamos em nós mesmos.

Do pó. [Com o pó.] Para o pó.

J&C

17 de junho de 2010

EXTRA EXTRA

Ato raro e cômico do progenitor (?) da Pagu:

- Você é a catadora de milho mais rápida que eu conheço!

O que foi, neném?

Logo você, que é tão você. Esquecida? Não pelos que importam, certo, certo? Consegue enxergar-se direito? Não do jeito que a vejo, mas como realmente é?
Sim, sim, seu sei; há sempre tudo e nada sobre o que reclamar. Há sempre um Tyler sobre quem reclamar. Mas nem sempre um Tyler é Tyler. Sabe, não sabe? A velha história de pêssegos que se acham pêssegos e por isso não são verdadeiros pêssegos. E quanto a marcar-se, sei bem que ver escorrer o sangue faz escorrer na língua a lânguida saliva, "faça o que tu queres pois é tudo da lei".

Não, não. Mudei de ideia. Quase tudo é da lei. Ficar longe demais não é da minha lei (hm, dei para criar leis agora; eu, que sou tão eu, e sempre tive problemas com leis e com quem as cria, simplesmente como você. Porém, convenha que essa minha lei é coerente, não acha?) — você será sempre suficiente aqui, e se não for suficiente para você, a gente inventa outra cousa, porque, afinal, realmente sumimos muito facilmente, não é? E lá em casa esse negócio de oco e enjôo eterno vai embora, certo, certo? Quanto a futilidade, que futilidade? Desculpe ser assim, tão eu, tão sentimental, mas dou a vida por qualquer pensamento teu que não faça juz a riqueza externa alguma.

Aqui, a ler suas palavras — que me sangram a boca — sei que já estamos acostumados ao sabor do sangue na boca, não é mesmo? Vamos nos calejando da maneira mais difícil sem saber se algum dia haverá recompensa. Você, que é tão você, era tão saudável e feliz, penso eu. E agora que está mais acordada que nunca, imagino se não teria sido melhor apenas observar e cuidar sem tocar para que não tivéssemos de sofrer com toda essa exposição. E, bem lembrado, você nunca esteve realmente dormindo.

Ainda ouço os estalos que você faz ao telefone, vejo as cenouras da sua cabeça, sinto aquele instinto animal/maternal e lembro-me das longas trocas de palavras estendidas e de simples olhares que nem delas precisaram. Defendemo-nos com garras e, se me preocupo, é porque sei que tenho algo (valioso) a perder.

De repente, não mais que de repente, mi amas vi. Stand by me.

Obrigado pela atenção,
Tertúlia
É como sempre digo, pecado é deixar a cerveja esquentar.
Feliz desaniversário pra todos vocês e boa sexta - feira, com calor, sushi e muita felicidade!

http://www.horness.com/tools/screenclean.swf Aliás, dem uma olhada!

Caju
A todos tenho a declarar que passaram-se os vagões do trem. Assim percebi meu reflexo. Um só em todos os vidros corridos, em todas as pessoas , em todos os poucos espaços vazios que sobravam, em todos os casacos, barbas, cabelos, bocas, olhos. Me diz Caju, o que pensa disso?
Ser alguém em todos,ou todos em um só. Me vi grande em você, alcançou em cheio meu mel e minha ferida.
Descobri convergência entre nós dois, burgueses e poetas, dentro de seus respectivos graus. Para além da alma e das palavras somos rendidos, incapazes contribuir para o contínuo buraco negro do mundo.
Eu olho pras estrelas e vejo. Nos vejo trocando olhares,mantendo a ponte e derrubando-a com enchentes torrenciais.
Nosso sangue é negro, branco, amarelo e vermelho, nobre por todo o mundo, amando todo o amor que houver nessa vida! Canto pelo inferno e céu de todo dia, pra poesia que a gente não vive, por todos que escracham e depois aconselham. O resto deixa pra lá!
A tua pergunta tenho resposta caro amigo;
Que cor é o amor? É branco.

De Caju, Para Caju

— Me espera que eu já volto.

— Tudo bem, amor. Estou aqui.



































R.
Foda mesmo é morrer de fome numa terra de fartura.

E ele te faz mal?
Te faz mal por te fazer enxergar as coisas como são?
Te faz mal por dizer-te tudo o que sentes sem nem nunca ter-te visto?
Mal por levar embora tua cegueira?

É, Pagu, a verdade dói.

Lindo

Menino bonito, seu olhar é simplesmente lindo. Mas também não diz mais nada...

De repente

E logo eu que sou assim, tão eu. Tão esquecida e estagnada. Me vi assim de repente. Eu que tanto já briguei e reclamei dos outros por menos.
De repente, não mais que de repente, me vi contando e escolhendo.
Me vi chorando e devolvendo. Com os olhos cheios de lágrimas, marquei meus dedos. Fora do controle. Me traí espalhando e escondendo, também rezando e me convencendo que mal nenhum tinha. E quando juntei umas poucas forças e voltei a ficar bem, você me diz algo como isso... O que queres de mim? Não sou o bastante?
A pele, a carne, se cortam com tamanha rapidez, e sumimos tão facilmente. Estou sumindo, mas pareço que cada vez maior.
Quando estou lá, as vozes ficam muito mais compreensíveis, o oco, se sente completo estando vazio, o eterno enjoo passa, e a má disposição também.
E eu, sempre tão desligada e perdida, me achei no chão do banheiro, com gosto de sangue e dor no joelho. Foi, de repente, não mais que de repente.
Perdoem-me por minha falha.
Minha futilidade... E minha covardia.
Foi de repente demais.

Joanita
Frankly my dear, I don't give a damn. O que você fala, não me diz nada, seus gostos não me interessam e muito menos o que pensa, sobre mim, ou sobre elas.
Você me diz "as pessoas são tediantes", pois bem, você não escapa. Faça-me um favor, e cale a boca.

Com carinho, Jack

16 de junho de 2010

Talvez

E eu ia mesmo escrever algo besta. Explicar uma história engraçada, corriqueira.
Mas mudei de ideia, assim, tão simplesmente quanto seria passar a mão em meu cabelo, enquanto, para ele, eu estava elaborando um verdadeiro texto dissertativo sobre o efeito visual do Biscuit.
Então só perguntei quaquer besteira sobre uma música psicodélica que eu estava ouvindo.

Mas... E se fosse importante? Eu, com esse costume de ligar demais pra todas as consequências e julgamentos a respeito do que digo, penso e sinto, deixo passar o que importa. Passo adiante o que importa.
Talvez ele quisesse, tanto quanto eu, ver na tela algo escrito que o deixasse mais feliz por conversar comigo. Algo para deixarmos de sermos formigas.
Talvez eu devesse ter escrito algo que importa.

R.
o que é azedo é mais real diz:
P.
P. diz:
Fala, ana, que ia escrever uma bíblia e escreveu só 'P.'

Desculpe, P.
É que eu sempre tive essa mania irritante de deixar as coisas passarem sem dizer o que penso e o que sinto.
Mas e você, que ficou a encarar a tela em branco, esperando algo importante aparecer, vindo de mim?
Zero a zero.



R.

Panis et circences

Outro dia voltava para casa com minha mãe. Por acaso era dia de jogo do Brasil.
É incrível a confiança que todo o povo tem no futebol, é como se os problemas fossem substituidos por urras e olas durante os quarenta e cinco minutos de cada tempo. Na rua todos pareciam animais defendendo sua cria com barulhos ensurdecedores. De longe pareciam abelhas zunindo uniformemente.
Início do primeiro tempo. Silêncio.
É assustador não ouvir a cidade, andar pelos bairros vazios (exceto quando se dá de cara com um bar e um telão),estranho poder tocar a massa poluente que envolve seu pescoço te asfixiando cada dia mais, sentir soprando no rosto os minutos longos passando, ter os olhos fechados e ainda assim é como se estivessem abertos.
Susto. Fogos. A cidade volta a ecoar palavras distintas caminhando para fora de bocas estranhas. Pessoas se abraçam, pulam, ajoelham-se. Foi gol.
De repente senti um repentino aperto no peito pela goleada brasileira. Não simpatizo muito com competições, sempre tem alguém que deixa cair uma lágrima dolorida. Podem dizer por ai que sou antipatriota, e questionar o porquê de agir assim, sentir assim. Não tento me justificar, porém explico: A questão não é quem está jogando contra quem, e sim é que alguém tem que perder para um outro ganhar.
Saltaram lágrimas dos meus olhos no momento em que a câmera focalizou o rosto doído do goleiro do time adversário. Deixei escorrerem.
Dado o momento, a insatisfação bateu como se com pedras entre os dedos. O motivo? Talvez saber que há completa cegueira por trás de um evento como esse. Me sangrou o coração e veio a minha mente o seguinte pensamento:
Sou brasileira, amo me país, porém não me orgulho da república falida na qual nos tornamos; Utopio o dia em que pelo menos metade do Estado brasileiro saiba por quem votar, saiba ponderar a política e dar valor a tal da "coisa pública" que é em teoria.
Enquanto isso vou cantando e observando de longe o inferno verde e amarelo.

Caju

Essa Saudade Que Eu Sinto...

...de tudo o que eu ainda não vi.

Saudade por que não disse algo que realmente importasse.
Saudade por que eu nunca tive um gesto marcante.
Saudade de cenas estúpidas de filmes adolescentes.
Saudade de ouvir aquela música que me faz bem, mas me faz mal.
Saudade do Metrô Belém.
Saudade dos centímetros de cabelo que você jogou no lixo.
Saudade daquele gesso que mantinha você mais perto.
Saudade do bem que me faria aquele olhar recíproco.
Saudade do perfume que ficava mais em mim que em você.

Saudade daqueles cinco segundos que fariam diferença.

Me sinto idiota por não descobrir se ainda amo. Será sempre você? Ou isso é daquelas coisas que acontecem pela primeira vez e a gente não esquece? E se for só impressão? Impressão à primeira vista?
"E aí, se rá que você volta?"

Já disse que a busca por explicações e a falta delas só me dão suor mental?
Agora também me dão suor no fígado.

Sinto-me chato.

Minha vida é monótona.
Pouca coisa incomum acontece. Só o que a mantém mais feliz são minhas druguinhas.
Acho que é por isso que quando surge alguém que faz um gesto que me faz pensar que essa pessoa devia estar na minha vida, eu falo demais nela.

Desculpem, druguinhas, por eu ser repetitiva.

R.

Completa.

É essa a palavra, Jack.
Completa é a Pagu.
Com direito aos mais adoráveis defeitos e as mais invejáveis qualidades.
E coisas indefinidas que só fazem parte dela.
Sem ser Amelie, nem Malu, mas melhor que as duas. Eu acho. Bem, tenho certeza.

R.

Fuck Off V

Fuck Off, vocês, de dentro do carro.
Por que só é agradável estar ao lado de vocês quando não nos tratam como cópias?
Bem, é foda.

"As drogas fazem você virar os seus pais"
RR


R.
"Ah, bondade sua me explicar com tanta determinação exatamente o que eu sinto, como penso e como sou. Eu realmente não sabia que eu pensava assim"

O Grande Cara Que É Poeta Sim

Que Bom .

É ótimo que não tenhas de fingir que gosta de mim. Nem de mim, nem das outras druguinhas.
Assim não preciso fingir que não te odeio. Mesmo que nunca tenha vistua a tua cara imunda e covarde.

Vai piscopatear outro, ok?

Estava escrito 'Alicia Te Amo'

Li no banco do ônibus.
Li, pensei e escrevi. Citei e escrevi.

"Disciplina é liberdade
Compaixão é fortaleza
Ter bondade é ter coragem"
E não amo ninguém.

R.
Um bebê nasceu. Eh! Parabéns! Quantas alegrias... Mais uma criança para alimentar. Um menino, que benção! Ele é grande, estranho e "inocente". Mais um fudido no mundo. Ele é perfeito, tem um cérebro perfeitamente formado para ser manipulado.
As pessoas não percebem? Elas sofrem e sofrem, e se arrependem, aí elas vão e dão a mais um a oportunidade de sofrer e sofrer. "É a vida", elas dizem, "a ordem natural da coisas". Nascemos para isso, não é mesmo? Ele pesa 4 kg, tem vinte dedos, e dois pulmões. Veludos ainda intactos. Ele vai crescer e crescer. Vai falar, comer, fuder, e aprender.
E um dia vai fazer uma copia de carbono de si, e fazer ela sofrer.

"Só as mães são felizes"
Tamanho não é distância.

(Num ato solto e público.)

D.

Dentro do Carro

Dentro do carro, protegida, intocável, aquecida. Dentro do carro as discussões passam.


O mundo fora é hostil, para quem cresce numa redoma de vidro. Por isso atiramos pedras e quebramos nossas paredes.
Aqueles dois, no banco da frente, eles querem teu bem, e só. Esse é problema.
Eles sabem o que é bom pra você, e só. Esse é problema. Eles pensam, e acham.
Dentro do carro, amada e forçada. Reclama de tédio. Reclama da musica, da luz e do vento. Dando desculpas fúteis para lágrimas salgadas.
Dentro do carro é fácil julgar e filosofar. Menina patética que não come porque não quer. As luzes da cidade são belas, e você queria estar fora do carro. Conhece aquelas ruas que tantas lembranças te dão. Passa pelos bares e inveja os que fora da redoma estão, os desprotegidos, os desamados. Menina idiota. Lembra de quando por algumas horas era um deles. Nos bares, na madrugada. Em casa somos quem queremos ser. Na verdadeira casa, a NOSSA casa. Não a das pessoas dentro do carro. Estranhos conhecidos que sentam no mesmo sofá e brigam, e só. E aquelas silhuetas tão bem conhecidas....
As vozes que uma vez ninaram, agora dão agonias. Eles viveram e erraram, para que você não precisasse errar. Vivem tua vida e resolvem os seus problemas por você.
Querem que seja o que elas não foram. Sua única obrigação é deixa-los orgulhosos.
Dentro do carro jura que nunca vai se tornar eles. Não vai ter o carro. Nem as miniaturas.
De dentro do carro, vê um velório, está cheio. Ninguém chorando. Ninguém de preto. As paredes são de um verde doentio. Olheiras ambulantes, cansadas e tristes olham para você. Mas sabe que elas não conseguem te enxergar. Pobres formigas.
De dentro do carro vê putas, cachorros e drogados. Quer sair, quer viver. Quer gritar. Mas não pode atrapalhar o silencio sepulcral tão esperado dentro do carro, uma pausa das brigas. Dentro carro é onde você esta, onde tem que ficar, seu lugar. Dentro do carro, com eles, e só.
Facistas de esquerda, forçados pelo sistema, assim como você. E a culpa é toda sua, e eles sabem. A vida deles seria melhor sem você. E reza para que vão embora. Te ensinam a escolher e morrem por você. Dentro do carro. E só.

-J.

Estamos sempre sarando.
Mas nunca ficamos saudáveis....

J
Mal agradecida, mal criada, mimada e birrenta....
HAHAHAHA
Se você diz....
Certa vez eu pude imaginar todas as coisas previsíveis que são ditas.
Eu fiquei impressionada, pois tantas são.
Circulam, vêem se o solo é bom, mas nunca nos surpreendem.
Por isso pensei se acham que nossas vidas nada valem, e me perguntei: Para que tantos horizontes, se nada falam sobre as verticais?
Confesso que sinto medo de sushizar as vezes, que me sinto prejudicada quando as palavras me ofendem...
Imaginei também todas as coisas que não são ditas e que não foram nomeadas e percebi o quanto não somos amplos.
Não digo que isso seja um materialismo, é um outro nome que ainda não criaram.
Só nos permitimos sentir ou dizer que sentimos aquilo que existe de maneira abstrata: amor, bondade, conhecimento, confusão, tristeza...Além do materialismo.
Digo que isso é aparencialismo.
As chances se transformam em novos dias, a felicidade é realmente alcançável.
E você pensa que sabe do que estou dizendo.
Só minhas druguinhas sabem.
Confesso que canso de vezes que não me contenho ao pensar.
Confesso que vivo, bem e inalcançável por ter pessoas que ouvem minha voz desafinada.
Não estou na rua pra ter sempre um sorriso.

P.

15 de junho de 2010

"E Clarisse esta trancada no banheiro, e faz marcas no seu corpo com seu pequeno canivete. Deitada no canto, seus tornoselos sangram e a dor é menor do que parece. Quando ela se corta ela se esquece, que é impossível ter da vida calma e força. Viver em dor, o que ninguém entende, tentar ser forte a todo e cada amanhecer...
"Não me olhe assim, com esse semblante de bom samaritano. Cumprindo o seu dever, como se eu fosse doente, como se toda essa dor fosse diferente, ou inexistentente. Nada existe para mim, não tente. Você não sabe e não entende...
"Clarisse sabe que a loucura esta presente, e sente a essência estranha do que é a morte. Mas esse vazio ela conhece muito bem, de quando em quando é um novo tratamento, mas o mundo continua sempre o mesmo. O medo de voltar para casa á noite, os homens que se esfregam nojentos no caminho de ida e volta da escola. A falta de esperança e o tormento de saber que nada é justo e pouco é certo, e que estamos destruindo o futuro, e que a maldade anda sempre aqui por perto...
"Eu sou um pássaro, me trancam na gaiola, e esperam que eu cante como antes. Eu sou um pássaro, me trancam na gaiola, mas um dia eu consigo existir e vou voar pelo caminho mais bonito."
Meu bebê... Vazia? Talvez... Todos somos....
Mas não do modo dele, L. está errado.
Você vazia do modo dele? Jamais.

Como Rita Pagu pode ser vazia!? Eu realmente não sei... Acho que esse L. está merecendo uma massagem automobilística... Quem ele é para te dizer algo assim?
Você é repleta, essa é a palavra?... Cheia (rs) - talvez dele. Talvez de tudo. Quem sabe até de mim? -
Interprete as coisas do melhor jeito, mas você esta tão deliciosamente repleta como uma garrafa cheia de José, vinte sushis intactos, e uma Ucrânia unida e feliz.
Não esta bom....
Talvez seja bom ser vazia... Melhor do que cheia de caretices e futilezas.
AmoVocê
BoaNoite

=*
"...êle age seguramente, mas de uma maneira vaga e obscura. Aliás, seria estranho, em nossa época, exigir clareza das pessoas!...
...Mas a estranheza e a originalidade prejudicam, em lugar de conferir um direito à atenção, sobretudo quando todo mundo se esforça por coordenar as individualidades e destacar um sentido geral do absurdo coletivo."
os irmãos karamazovi
P.

A porra do L...

...disse que eu sou vazia. Vazia...

P.

14 de junho de 2010

"A noite tem deixado seus rancores gravados, à faca e canivete,
á lápis e gilette.
Por dentro das pessoas,
por dentro dos toillets,
e mais.... "

É M. entenda como quiser....

13 de junho de 2010

O Que É Azedo É Mais Real.

"Eu sou o livre-arbítrio
Sem causa com efeito"

Só porque o doce não seria nada sem o azedo.

R. & P.

Não pedi o isqueiro porque já te conheço.

Ah cara, você é legal, curte a Alemanha sem o Hitler, é bonito, tem assunto, é engraçado.
Mas não venha com babela.
Não precisa dizer que eu sou a única, não precisa dizer que me namoraria.
Não preciso disso. As coisas são o que são e eu não tenho problemas com a verdade.
E sim, o que o coração não vê, ele também sente. Mas foda-se.
Gosto de você.
Beijos e boa noite.

R.

Amiga Da Puta

É só porque amo vocês.
"Se o mundo é mesmo parecido com o que vejo, prefiro acreditar num mundo do meu jeito"
eu era um lobisomem juvenil

Ces't La Fucking Vie II

Mas e então?
Nessa idade, já desiludido? A vida é assim mesmo?
Por que é tão conflitante? Hora aceito, quero que o mundo exploda, e hora sinto vontade de mudar e não faço nada por causa do sentimento de impotência? Merde.

Não banque o pai. Deixe que o pai resolva. Mesmo que idade seja um termo vago e relativo.

R.

Ces't La Fucking Vie

De novo: "Não é a vida como está, sim as coisas como são"

Cansei de me revoltar equanto olho para uma tela brilhante, se estou a penas sentada no sofá, adquirindo calorias inúteis.
Tudo deveria mesmo ser assim; acho que depois de quase vinte anos acostumado a isso, a perfeição tira todo o apetite. Que graça tem o alto sem o baixo, ou o adorável sem o desprezível?
A gente tem que aprender a diferenciar as coisas. Esse é o nosso mundo.
Meus amigos não estão procurando emprego — talvez seja por isso que estamos todos sem dinheiro. Comparando nossas vidas, reparamos apenas diferenças mínimas.
Se Restart deixou de ser botão de videogame, Cine abreviação de Cinema e Colírio, remédio para os olhos, deixe estar.
Aprecio o que é bom para mim, mas quem sou eu para ditar o que é bom para outros?
Não sou ninguém.

R.

12 de junho de 2010

Hoje o dia foi tão bonito....
É realmente triste estarmos acostumados a não termos mais nem isso...


"C'est la vie"... Mas não deveria ser assim

-J.
"Não é a vida como está, e sim as coisas como são"

RenatoRusso

Welcome To The Jungle.

Eu e M. no metrô às sete e trinta. Que nojo.
"Ah, querida, é uma sacanagem com você fazer você entrar nesse vagão lotado. Você só tem que chegar ao seu destino às nove".
Realmente. E eu não entrei no vagão mesmo. Preferi olhar de longe. E em seguida preferi não ter estado lá.
Estdudantes, advogados, faxineiros, fumantes, sambistas, fúteis, tudo junto e misturado, pessoas se matando para chegar a lugares que odeiam, ver gente que desprezam e ouvir coisas que abominam às sete e trinta da manhã porque, bem se sabe que sem dinheiro não se é ninguém.
Ah, esqueci de avisar pra ter cuidado, a disputa é acirrada — essa gente, ou whatever they are, arranham e mordem.

Bem vindo à selva.

R.

9 de junho de 2010

A violência é tão fascinante, e nossas vidas são tão normais....
Baader-Menhof Blues
Legião
"Tudo passa, tudo passará..."


Amo vocês, obrigada
J.

Vazio... Frio... Partiu...

Hoje fiquei com febre a tarde inteira, tremendo e com frio. Mas não coloquei remédios nesse meu corpo, porque the ones that your mather gives you don't do anything at all. Para acabar com a dor e a falta de ar, abri meu peito, meu coração pulsava freneticamente, mas o sangue que saiu não foi meu... Fechei com paralelas, e transferi a dor. Sim. Dor física. Se o coração nada faz se não bombear o sangue, e o intelecto PENSA... que sentimos, então onde estão as emoções? Para sempre preservadas em fios de cabelo? Talvez correndo pelas veias? Onde sentimos?
Sentimos na pele a dor do outro, mas e a nossa? Os olhos mentem as dores [não físicas] da gente, mas se não as sentimos, elas não existem. A mentira é o "inverso" da verdade. Se a verdade é que elas são falsas/inexistentes, na mentira, elas existem. Então os olhos fazem mais do que mostrar, eles "criam" emoções, tornando-as "reais". Assim como a imagem realmente real é a do espelho, o reflexo. Somos vácuo, temos vácuo em nós, nossos pequenos buracos negros. Sugam a todos e á nos mesmos. Brigar para que? se é sem querer... Quem é que vai nos proteger?
Eu senti você se afastando. Suas mãos deixaram as minhas lentamente. Uma pausa. Uma súplica, minha... ou sua? Jamais saberemos. Ficamos lá sem saber o que fazer, quem vai e quem fica. Saí andando e te observei desaparecer. Eu que fui, não você, você ficou, mas sumiu de modo que eu nunca mais te achei. O chão correu abaixo dos meus pés, e você foi embora, esta indo. Tentei gritar, mas essa dor sufocante, me calou.
.
Ainda teimas em me perguntar... Não sei. Eu respondo oque você quer ouvir, e o que quero sentir. Mas já não sei mais nada, nunca soube. Não quero dizer que me perdes-te mas não me tens. Não vou pedir desculpas, a culpa é sua. Por seres quem és, e criares quem sou. Sou "o fedelho fudido gerado por você para te substituir" nessa vida. Mas você é como eu, e também sou culpada. Temo por mim e por ti. Hoje você me perguntou e percebi o quanto demorei a responder, e quando o fiz, foi frio e forçado.
Minhas frases perderam o significado. Desculpe. A culpa não é de ninguém. É dos buracos negros, do vácuo, meu vácuo, ele deixou minhas respostas...
...Vazias.
-Jack
Ideias mal pensadas duma mente bagunçada;
Ideias mal formuladas numa mente acelerada.

8 de junho de 2010

Fuck Off IV

"Cheguei lá disposto, generoso, compreensivo.
Fui gentil, atencioso e educado.
E até agora não consigo entender por que ainda me olham como se eu estivesse fantasiado de pinto gigante."

R.
"Trombaram comigo. Tinha certeza de que era um homem — doeu. Mas homens não usam saias, nem têm coxas lisas e macias.
— Ah, é você — disse.
— Você tá bem? — ela perguntou. Acho que reparou na minha mão que esfregava o braço dolorido. Ela era feita de que? Aço?
— Estou ótimo — respondi. Que outras mentiras eu poderia inventar? — E você?
— Bem... — ela respondeu, meio sem vontade. Ou talvez também fosse mentira. Uma mentira que cheirava a Mont Blanc e estava quebrando meus quinze centímetros de espaço limite. Ela estava perto. Perto. Demais. — Achei que não fosse falar comigo hoje.
— Eu não ia.
— Não? — a garota vincou a testa.
— Não... Quero dizer, sim. É... Sim. Eu ia. Mas acho que não tenho nada de interessante pra dizer.
— E você ia fazer o que? — ela zombou. — Ensaiar primeiro?
— Talvez. Não sei — eu disse. Ela riu da minha cara. Riu da minha cara de novo.
— Comente sobre o tempo — ela sugeriu. — Todo mundo faz isso.
— Uma das muitas coisas das quais sou incapaz é ser igual a todo mundo. Mas eu posso tentar. Está nublado hoje, não?
Ela riu mais uma vez. Talvez porque fizesse um sol de trinta e seis graus naquele dia. Eu não podia com aquela ausência de méssel pugle.
— Quer saber? — ela perguntou; lá se foram mais cinco centímetros — Quem se importa?
— Todo mundo.
— Não somos todo mundo — ela disse. — Felizmente, não somos.
Então não havia mais centímetro nenhum."

R.

Loser.

"Ele agarrou meu braço, apertando e fazendo-o formigar. Não precisei pensar para puxá-lo de volta; puro reflexo. E lá ficamos, como duas crianças brigando por uma lata de biscoitos. Ganhei.
De olhos arregalados, ele me olhou com uma expressão ultrajada que eu não via havia muito tempo.
— Ei, mina, tué folgada, hein! — ele atirou as palavras, realmente indignado, com aquele sotaque típico de sudeste; malandro, arrogante. Um pseudo intimidador.
— Não — respondi. — Seu pinto é que é fino."

R.

Sem Graça

"Vida que passa
Sem gosto, sem graça
Me faça feliz um dia se puder

Vem, me abraça
Me prende e desfaça a arruaça
Ou me empresta o revólver

[...]

Antes que tudo perca a graça
Nada que me faça ter a vida que eu deixei"

Vilania

Trainspotting II

Pois então... Aqui estamos, novamente... A mesma conversa, a mesma desculpa. Não minto para mim, e sim para você. Não se preocupe, pode deixar, o pior que pode acontecer é, no final de tudo, depois de passar por tudo, eu ficar igual a você.
"I'm going to be just like you: The job, the family, the fucking big television, the washing machine, the car, the compact disc and eletrical tin opener, good health, low cholesterol, dental insurence, mortgage, starter home, leisurewer, luggage, three-piece suit, DIY, game shows, junk food, children, walks in the park, nine to five, good at indexed pension, tax exempsion, clearing the gutters, GETTING BY, LOOKING AHEAD, TO THE [GOOD] DAY I DIE."
-J.


P.S. Trecho retirado de trainspotting

Transpotting

"Choose life. Choose a job. Choose a career. Choose a family. Choose a fucking big television. Choose washing machines, cars, compact disc players, and electrical tin openers. Choose good health, low cholesterol and dental insurence. Choose good fixed-interest mortgage repayments. Choose a starter home. Choose YOUR FRIENDS. Choose leisure wear and matching luggage. Choose a three piece suit on hire purchase in a range of facking fabrics. Choose DIY and wondering who you are on a sunday morning. Choose sitting on that couch watching mind-numbing sprit-crushing game shows, stuffing fucking junk food in to your mouth. Choose ROTTING AWAY at the end of it all, pishing you last in a miserable home, nothing more than an embarrassmente to the selfish, fucked-up brats you have spawned to replace yourself. Choose your future. Choose life...
But, why would I want to do a thing like that?"
-J.

7 de junho de 2010

Me disseram: -Corre atrás!
Corri.
Cai.
Ralei.
Foi ai que percebi o quanto é bom usar joelheiras.
Esperança de 15 em 15 segundos. Tenho perda de esperança recente.

Aos marujos

Peço desculpas as minhas queridas navegantes, pela falta de atenção e não-aparecimento. Ando vagando por ai, mais por dentro de minha própria cabeça e livros do que pelo mundo, o que é triste quando se tem vontade de "comemorar" ainda o ano todo seu próprio aniversário. Ou desaniversário. Dispersa, trava mental e lixo orgânico. Só não façam um motim, um dia aceno da vela para vocês, já que não da pra pedir parola fiquem comigo até a hora de dizer boa noite.

Caju
"Tudo o que sei
É que você quis partir
Eu quis partir você
Tirar você de mim
Demorei pra esquecer
Demorei pra encontrar
Um lugar onde você não me machucasse mais
E aguardei um pouco
Porque o tempo é mercúrio cromo
E tempo é tudo o que somos"

La Nuova Gioventú, Legião Urbana

Decodificado.

Risadas. (Ouh...) Lá vem o gatinho outra vez.
Rirão assim para sempre? Como rirão, se uma delas não enxerga o bom do que vem depois do presente? Pessimista.
Só o futuro imaginado é especial. No passado estão as perguntas.
E se no futuro não rirem ou perguntarem mais, é porque decodificaram a porta dos deficientes.

Não quero. II

"What's in your head?"

O que há contigo?
Me fez chorar. Outra vez. Será que não vê?
Não quero nada que possas comprar. Nada que possas pagar. Muito menos que não possas pagar.
De muito adianta a matéria quando não podes me fazer sentir bem perto de ti.
Palavas, palavras e mais palavras. Não posso crer que outra vez as usou contra mim para logo depois fazer-me sentir mal. E só. Tão só.

Estamos as duas num beco sem saída. Por quantos anos mais perdurará esse nosso impasse?

6 de junho de 2010

Para minhas druguinhas

Queria ser uma boa amiga, uma boa aluna, uma boa filha... Mas é tudo tão relativo. Não queria ver vocês assim. Me sinto mal. Preciso que estejam inteiras e bem. Talvez até velhas e tristes, se me permitem o trocadilho, mas inteiras. "Bem" também é algo muito relativo. Não gosto da incerteza, mas morro de medo do saber, concluir, chegar ao ponto em que simplesmente sabemos... Ele me disse tchau e eu não me importei, SEI que isso não devia acontecer, não é natural, isso não acontece com vocês... SEI que entendem quando preciso de felicidade, mais pura química. Entendem também o choro, a dor, e o motivo (esse que nem mesmo eu sei)... Pois bem... entendam que no meu grande egoísmo, mais pura hipocrisia, quero-as inteiras, preciso de vocês acordadas e vivas. Guardamos nossos maiores tesouros nas carteiras. Não precisamos deles para sermos felizes, é tudo da nossa cabeça.... Tudo de que preciso, é de vocês...

-Jackie

Sans Voix.

Bu!

Repentinamente.

Aquela filha da puta me pegou de surpresa outra vez.
É só chegar, num ponto onde a vista dela alcança, uma pequenina frustração, uma efêmera irritação, uma simples impotência, e ela ataca.
Me tira as letras, o tato, me tira até a voz.
Sacanagem, isso aí.

Recadinho pra ti, ma réflexion: eu te acho. E se tu me derrubar outra vez, é melhor garantir que eu não levante, porque quando eu te pegar, não vai sobrar nada dessa tua cynique petit visage.

R.
(A que está do lado certo do espelho)

"O que você está fazendo aí, no meio do lixo?"

Achei que sabia. Mas já não sou capaz de lembrar.
"Com o andar dos tempos, mais as atividades da convivência e as trocas genéticas, acabamos por meter a consciência na cor do sangue e no sal das lágrimas, e, como se tanto fosse pouco, fizemos dos olhos uma espécie de espelhos virados para dentro, com o resultado, muitas vezes, de mostrarem eles sem reserva o que estávamos tratando de negar com a boca".

O Ensaio Sobre A Cegueira, J. Saramago

Carl Solomon

"Mas sejamos honestos, você está com medo de mim e eu de você."
-
"A psicanálise é boa para algumas pessoas, não para mim, prefiro tranquilizantes."
-
"Tenha um coração, mesmo que um dia eles enfiem nele uma estaca."
-
"Desligue a TV, faça algo extravagante."
-
"Onde quer que você vá será sempre um turista."
-
"Faça um outro homem se submeter a você e você será Deus."
-
"Hein, seu belo rosto cheio de compreensão indo pelos ares."
-
"Mesmo quando eu dizia que tinha fé, ninguém me acreditava e eu continuava sem fé."
-
"Enquanto que um pensamento censurado seria um corpo preso numa camisa de força. Faz tempo que o mundo acabou pra mim."
-

Fuck Off III

"We're not here to pay a compliment
Or sing about the gonvernment
Oxicoton genocide
Adolescent suicide
Give me sincerity
Or fuck about Kennedy
Here's what I got to say"

Pra que falar das coisas que fazem sentido, se o próprio mundo já é a falta de nexo em peçonha?

Fuck Off II

"They're gonna clean up your looks
With all the lies in the books
To make a citizen out of you"
Teenagers, MCR





Aqui é heresia pura.

Pêssego, Peach, Pêche.

Um pêssego é algo interessante.
Um pêssego não pensa em si como pêssego — ele se descobre um pêssego. E isso, para um pêssego, é surpreendente.
ssego. Macio. Suave. Saudável.

Imagine você, suposto pêssego, a vagar por onde é de costume. Surpreendente seria ouvir um sussurro, um cochicho, talvez um grito.

ssego!

Quando saltarem os S's aos seus ouvidos, pêssego, não hesite. Livre-se do caroço porque bem se sabe que ele atrapalha, e muito — cuspa-o logo de uma vez, pois um simples caroço não merece um pêssego só para ele.
E um pêssego merece lábios e línguas — lábios e línguas que apreciem um verdadeiro pêssego.

R & P
(Verdadeiramente em conjunto desta vez)

5 de junho de 2010

E temos também: os inertes.

Nunca fui de me exercitar.
Não gosto do sol das onze na minha cara, nem das criancinhas no playground, muito menos de roupas esportivas. Prefiro as janelas fechadas, as crianças caladas e um moletom que simplesmente me sirva.
Sou fisicamente inerte.

Já o meu cérebro... Bem, eu penso muito.
E não vá logo achando que isso é uma coisa ótima — não é.

É simultâneo: reconhecer o bom e o ruim.
Ter uma visão mais ampla do ser humano e de suas escolhas e decisões, de suas vitórias e fracassos, de suas invenções e destruições não é lá essas coisas — a merda é proporcionalmente crescente. Ah, não falei também dos dilemas e da indignação. Sim, indignação. Porque quem pensa muito enxerga melhor. Quem pensa muito tem mais noção de 'massa'. Quem pensa muito descobre mais rápido todo o esquema. É como eu disse a G.: "Ou você pisa na merda e se suja tentando limpar, ou você olha de longe. Mas aí você fica sozinho, isolado".

Se os mentalmente agitados tomam providência? Eles não tomam.
Como eu, uma boa parte deles reclama, reclama, reclama de novo, sem atinar que simples palavras proferidas e ouvidas por outro alguém agitado não vão mudar nada.
NINGUÉM MAIS DÁ OUVIDOS A PORRA NENHUMA NESSA MERDA.
Você tem que fazer. E no fim, eu odeio me exercitar.

E aí? Bem, é só ligar o "Foda-se" e ser feliz.

E enquanto isso... Temos os fisicamente agitados, dotados de um Tico e um Teco; os fisicamente inertes, indo à loucura; e os isentos. De tudo — isentos de voz, de misteriosidade, de olfato.
Esses últimos aí têm sorte.
"Ignorance is blessing"

R.

Os Cérebros Fervilhando Em Casa.

Tanta gente dizendo palavras como "andrógino" e falando de teologia e mitologia.
Gente bêbada cantando em francês, gente na bad, gente descobrindo como é estranho só vagabundear por aí, gente curiosa sem se arrepender, gente de polícia para quem precisa.
Amigos que surgem do nada acabam sendo alguns dos mais agradáveis — a sinceridade sem receio é uma coisa mágica.

E eu pensava haver apenas cerveja, rock 'n roll e cigarros.

Lembrem-se sempre: há sempre algo mais nos parceiros de boemia. Não os subestime.



R.

A Consoante Tônica.

Ainda fervilhando.

Pagu me contou.

Teoria mais... mais... antagonista essa sua, Caju.
Bem, Jack também concorda. Right, Jackie?
Ficaram aí, de conluio com F., tentando descobrir os porquês?
Bem... Somo covardes, então? Pois, sim, como eu mesma bem disse, e não foi uma vez só:
"Precisamos é de uma ilusão de que, de alguma forma, o stress vai embora"
Não só o stress, mas o medo, a tristeza. Qualquer coisa.
Entendam que o negócio é esse mesmo, espantar qualquer coisa com qualquer uma de nossas coisas.
Certo? Certo?
Mas e daí? Quando se descobre que é ilusão, deixa de ser ilusão.
Desilusão.
(Hã? Hã? Pegou?)
Se sou covarde? Sim, eu sou. Assumida. Às vezes, tenho mais medo do futuro que de bicho papão.
Covarde, sim. Especialmente se o sushi, a cevada, o calor, a felicidade, a depressão, o bomby e o Sweeney são coisas de gente covarde. Covarde até demais. Mas não desse jeito aí, da cabeça de vocês.
E Pagu me perguntou: "E como eu fico nessa história? Se todos rumarem por esse caminho, assumirem essa ideologia como base, eu sobro? Sozinha?"
É claro que não, minha Paguzinha. Porque nós já sabemos qual é o esquema.
(Hm, adoro provocar curiosidade)
Sim, sabemos. O sentido nisso tudo é exatamente: saber seu lugar.
E seu lugar é na Tertúlia.
Cajuzinho e Jackie vão entender que, no fim das contas, isso tudo também é culpa dos liberais conservadores.
Será que Caju se lembra?
Lembra, Caju? "Amo as árvores por serem árvores, sem o meu pensamento", como disse Betinho, um dos Eu's do único cara de quem ouvi falar que já esteve do outro lado do espelho.
Sushi por sushi, Caju por Caju, Tertúlia por Tertúlia e só.
"I lost my fear of falling/ I will be with you"
MCR
Ame isso por ser isso.
R.
"Não quero ser a garota a preencher o silêncio. A quietude me assusta porque grita a verdade"
Pink
"None of it was ever worth the risk
But you are the only exception"

To: Tertulia
From: R.

Não quero .

Estive fuçando minhas películas mentais, em busca de Jack.
Separados por categorias inimagináveis, os filmes estavam uma bagunça; fui direto para os que se encontravam na categoria "Futuro" enquanto recordava de filmes anteriores, nos quais Jack dizia "nunca vou me casar".
Eu vi — em minha própria película do futuro, que era minha e de mais ninguém — Jack. Bem vestido. Casado. Irritado. Moralizado. Socializado, alienado, derrotado.
Sim, é mesmo um absurdo ter de colocar o nome num pedaço de papel, pedir a bênção de Deus, whatever it/society takes só para amar alguém.
No futuro eu disse a Jack: "Ainda te amo, mas apenas pela pessoa que um dia fostes".
Jackie, não ceda. Apenas ame.
Não quero nunca ser obrigada a dizer-te isso aí.
R ivotriller

I'm Told; Parte II

"Conversations getting dull
There's a constant buzzing in my ears
Sense of humor's void and numb
And I'm bored to tears"

Consoler of The Lonely, The Raconteurs

Havia vento e chuva, as janelas e portas batiam, mas o barulho nenhum era o que estava me incomodando. Um barulho que não era barulho, dentro da minha cabeça.
Pensei em pessoas. As melhores e as piores. Descobri que as piadas não têm a menor graça.
E também que o post heroin effect aparece em média a cada 5 horas.
E agora, que o assunto acabou? A gente ouve Justin Bieber? Compra umas balinhas? Rah Rah Rah Ah Ah Ah, Rama, Ramamah, Gaga Ooh La La?

Ah... Falô, hein, malandro.

"Não sabia que você estava em depressão", disse G.

Why the hell as pessoas erradas enxergam as coisas certas? Será que é porque no final, elas são as pessoas certas? O mundo é uma merda, G.

"Ana, muda o mundo pra mim?"

Não posso, G.
Como já disse, tem muita gente pensando a mesma coisa, mas em lugares distantes, em suas mentes. O mundo está cego.

"— A mãe de um amigo meu disse que ele só pode pegar o carro outra vez quando tiver a licença.
— Putz, que bosta.
— Eu sei. Acho que só vou ter um carro quando puder comprar um Mustang. Ou seja, nunca.
— Ah. Se aliena, vive no sistema, foda os colegas de trabalho e vira uma burgesa."

Boa, G.

R ivotriller

Desse teu jeito .

Queria ter toda essa poética no sangue,
toda essa boemia, toda essa libertinagem e essa química.
Rivotriller? Quem sou eu pra ser R se o próprio R está sempre fora do meu corpo?
Reuniões invejáveis são aquelas em que Rita Pagu está presente.
De qualquer maneira, sempre me arrependo mais do que devia; e não apenas abrigo a fraqueza como também dou-lha calor e alimento.

Quem são seus capitães? E os heróis? Ainda existem heróis? Há ainda algo de que se orgulhar, algo a ser admirado?
Estamos no mesmo barco? Estamos?
Estou começando a pensar que, como a covarde que sou, quando a tempestade transformar-se em furacão, se ainda não transformou-se, ao invés de levantar âncora e ir com a correnteza, feito J. Homme, vou mesmo é abandonar a embarcação.

Já que aquela outra de mim só faz me privar de tudo o que é o meu melhor, deixando-me apenas futilidades, um charminho, certos dotes artísticos e mais nada, bom mesmo vai ser quando eu estiver do outro lado do reflexo, ela vai bem é levar uma boa surra. Me empresta o revólver? Aproveito pra abrir a sua Caixinha de Pandora Galvão.

"E a pior parte é que/Antes que tudo melhore/Estamos na direção de um penhasco/E na queda livre eu perceberei/Que estarei melhor quando atingir o chão"
Parome.

Não dê atenção a certas crises de idiotice minhas.
Amo-te. Mas assim, desse teu jeito.

R ivotriller

Viuvez

Abandonar âncora

E vocês me deixam assim, mesmo sem saber que me deixariam, sem luta e uma tosse, mais um papel sangrando na mão, umas escritas e mais químicas no corpo, uma libertinagem aqui, uma boemia ali, reuniões invejáveis.
Finais dignos de esquecimento?
Eram aqueles que buscavam.

Não me importa quantas vezes vocês se arrependeram para os outros, e sim quando não se arrependeram pra vocês próprios, e mesmo assim eu abrigo a fraqueza.

Aos meus capitães, todos eles.

Pagu

4 de junho de 2010

Heroin .

Você injeta, você sente, você sobe.
Aí acaba.
E você desce junto pelo ralo.



Assim são os melhores momentos de qualquer vida.
"We're lacking energy"


And every friday, just about midnight, all my problems seemed to dissapear.
Everyone that I missed when I was distant, everybody was there.
But this is past.
I'm gonna go to Mexico.

Verga en el culo de todos.
La Chica R ivotriller
Hoje chorei de saudade.
De saudade, quero dizer, entre outras coisas que não saberia especificar caso me perguntassem.
Cansei de ser inconstante sem gostar de relações inconstantes.

Antagonismo.

Dona Patrícia Galvão, fiquei brava comigo por sua causa.
Na próxima vez, ou ligue, ou apareça.

"Com um vinho barato
Um cigarro no cinzeiro
E uma cara embriagada
No espelho do banheiro
[...]
É o fim do mundo todo dia da semana"
R ivotriller