29 de novembro de 2010

just another

Assistindo a apresentação que Rivotriller de antemão contou, notei que não passava de um exemplo, baseado, como no filme "The Wall"
Todos foram nada mais que tijolos, sem pecar contra ou a favor do significado.

Sim, poderiam ter dito como odiavam os professores, uns aos outros, derrubado a mesa e sair gritando "anarquia" (não é mesmo Victor?) ou quem sabe se juntando para praticar o caos que tanto desejam (Ou não desejam? Será esse um desejo apenas nosso?)
Nada disso aconteceu no final, como acontece no filme.
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Hoje mesmo me disseram que: "nem tudo no ambiente escolar é ruim", alguém , aliás, que possui meus ouvidos hospitaleiros, alguém inserido nesse ambiente diariamente... Disse também que a minha geração já era...
Já era, para Pagu, por não ter também elixir de percepção.
Podemos obviamente adquirir isso sozinhos no começo, compartilhando depois...
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Caju iniciou, como sempre faz, salvando aquela cansativa apresentação, na qual temos que nos manter atentos pra sugar qualquer momentinho válido, pra não amargar o esforço que tende a alcançar somente os objetivos escolares, esforço que amargura-se sozinho, sem esforço enfim.
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Não estou dizendo que deviam ter reservado um momento pra interpretação musical, minuciosa e bonita, afinal, nossa geração faliu; contemporâneo para todo o sempre, amém.


- Momentos de escândalo familiar, descobertas individuais, infâmias mundiais - não vão fazer as pessoas morrerem pelos significados que se mostram mais empíricos, e isso; o empirismo, podemos encontrar, também, nas aulas de Filosofia, Sociologia... Psicologia eu já não sei, a psicanálise é bem mais legal, mas quem vê diferença?


Perguntei ao mesmo que me disse da merda da minha geração, se há possibilidade de eu ser menos descrente. Ele somente me pediu pra não desistir... Só não sei exatamente no que devo persistir


R., compreendi autênticamente (como se ainda houvesse autenticidade...) tudo o que disse, mas não inserido na apresentação de hoje... Inserido em todos os anos que se passaram, e passarão... "Eles passarão. Eu passarinho!"

P.s.1: Sei que tudo está melhor formulado ai dentro da sua mente.

P.s.2: Não deviam ter tirado o Narciso de mim, se é que alguém daqui me entende. rs

Pagu

just another brick in the wall

   Daqui a algumas horas haverá uma apresentação de Projeto em nossa escola (nossa, a não ser por Pagu, que estuda em outro colégio). Essa apresentação é um evento escolar — a merda já começa aí — e visa obter maior prestígio pelo visual que pelo conteúdo do "show"; ela acontecerá em nossa escola, com atividades de todas as séries.
   Logicamente, há um tema para o Projeto, que esse ano é "Resgatando Valores", e prefiro não comentar sobre isso. O sub-tema da sala do terceiro ano do ensino médio é "Relações Humanas".
   Antes de qualquer outra coisa, é importante ressaltar que essa disciplina, Projeto, foi utilizada para substituir Psicologia, Filosofia e Sociologia — por isso eu já a odeio. Nós não aprendemos nada sobre Hobbes, nem Freud, nem Nietzche, nem Freyre, nem Wundt e nem ao menos sobre Platão. Portanto, o que posso dizer sobre as aulas que tive sobre "Relações Humanas" em Projeto é que a maioria delas foi infrutífera, principalmente por eu ter ouvido coisas sobre as quais já sabia. Não, não era minha intenção ser arrogante nesse aspecto, mas, sim, eu já sabia que algumas pessoas se comportam de maneira infantil, já sabia que (segundo alguns liberais-conservadores) é preciso inteligência emocional no trabalho e, principalmente, já sabia o suficiente sobre mim mesma para ter certeza de que não precisava fazer testes que me dizem que, se ando olhando para o chão, é porque sou uma pessoa retraída. A professora que nos deu essa matéria não parece ter percebido que, além do amor, inteligência e amizade, nas relações das quais ela queria falar vinham intrínsecos a estupidez, o preconceito, a vaidade, entre outros, deixando as aulas insossas. Bem, insossas para mim, já que o resto da sala não parece dar a mínima.
   Após todo esse discurso, tenho apenas algumas observações a fazer:

   Como geralmente se sabe, cada classe possui um slide show, produzido pelos alunos, e Caju deu a ideia de usarmos "Another Brick In The Wall", do Pink Floyd, no final da apresentação. No caso, ela representaria a opinião própria dos alunos, visto que a letra da música expressa abertamente o descontentamento com o sistema repressor da escola — afinal, como diria Pagu, "a escola é o orgasmo da degradação humana" e nela não se aprende muito além de ser quem não se é.
   A princípio, achei que a música destoaria, mas concordei. Já hoje, nos ensaios, descobri reverências e sincronias que não deviam estar lá, e percebi que foi distorcido, deformado, tudo o que poderíamos dizer. Toda aquela história de "deixem as crianças em paz" acabou, perdeu o sentido. Vi todos agindo como iguais, como se espera, como se deve, reverenciando depois de mostrar imponência, recuando depois de mostrar altivez, todos na coreografia criada para a canção que não se poder coreografar.


Exatamente como tijolos na parede.

R.

28 de novembro de 2010

Canto geral da humanidade




Cuernavaca, 26 de outubro de 75


FERLINGHETTI, Lawrence.
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Estou falando bastante sobre essa poesia, já li pra alguns, mas infelizmente minha voz tira delas toda a essência, que só são poesias se lidas em voz alta.

Acabei de chegar em casa, ninguém em casa, ultrapassando a cota de um maço de cigarros por dia, peguei o livro para passar a poesia pro computador.


Antes disso, li algumas vezes, mas reparei algumas coisas só depois dos meus dedos terem copiado cada parte dela.


Me gusta tua astúcia Lawrence,
a em baixo de a, seguido de as sob&sobre as, depois m em baixo de m, seguido de e sob/sobre e, depois tem em baixo de tem, c em baixo de c, enfim.

Besteira minha!

O texto original não é em português e o pouquinho que eu reparei, é mínimo perto de todo os significados e imagens que você oferece em uma singela e brilhante poesia... Também devo ter perdido algumas coisas nos supostos erros de digitação; é esse vinho que não remata! ainda bem...

"onívora & estática" E "sangue & silêncio" fazem alguma relação?


Gosto muito disso que escreveu...


Pagu.

P.s.: O blog não suporta a estrutura da poesia, por isso não pensei em nada mais inteligente do que esses prints mal feitos.

27 de novembro de 2010

Caju sobe na lotação X, que a levaria perto da sua casa, passa o bilhete único de estudante e se depara com uma mulher que diz: "-Verificação da carteirinha."
Caju com toda sua potencialidade acostumada a lidar com burocracias, dá o bilhete único para a tal mulher.
"- Tudo certo, obrigada." Diz a moça.
Senta, e ao olhar para o bilhete, pensa:
"O bilhete é da minha irmã, a foto dela está aqui, e a burocrata nem reparou..."

"Lola...


— Não deixaria que morresse.
— Sim, mas... E se eu tivesse uma doença grave?
— Acharia a cura.
— E se estivesse em coma e tivesse só um dia de vida?
— Eu o jogaria no mar: terapia de choque.
— E se eu morresse assim mesmo?
— O que você quer ouvir?
— Vamos, diga.


— Sei lá. Pergunta idiota.
— Sei o que faria. Você me esqueceria.
— Nunca.
— Mas é claro que sim. O que mais poderia fazer? Claro, você ficaria de luto por algumas semanas. Não seria má ideia. Todo mundo com pena, chocado. Tudo tão triste e todos com dó de você... Poderia mostrar como é forte. "Que grande mulher!", diriam. "Ela aguenta a barra ao invés de chorar o dia todo". E de repente aparece um cara legal, de olhos verdes. E eles é super sensível, a ouve, a conforta. E você pode dizer a ele como as coisas são difíceis pra você e que você tem de se cuidar e não sabe o que vai acontecer e blá, blá, blá. E aí você pula no colo dele e me corta da sua lista. Assim será.
Manni...
— Sim?


R, que gostou desse filme.

24 de novembro de 2010

"Ontem eu fumei um baseado
Estava tão sozinho e tão tranquilo
E não me apercebi quando a menina
Chegou com seu vestido transadinho
Ela me chamou pro disco voador
Eu aceitei, não hesitei

Eu totalmente "abseduzido"
Dentro de um compartimento sombrio
Parecia uma compota numa lata
Uma marmota, um pré recém-nascido
Só então eu me dei conta
Que estava há muitas milhas da minha vida
Que ironia

Se estou longe da vida, estou morto
Se estou morto então porque me lembro
Da vida que vivia alegremente
Do outro lado de lá do espelho

Chapeleiro Louco
Nada de novo
Roubaram o anão do meu jardim
É o fim do destino fabuloso
Da Amélia que rompeu com o seu Jair"

[O fabuloso destino do chapeleiro louco - Cerebro eletronico]


R.

23 de novembro de 2010

Foi estranho.
Ao ingressar no Espólio Fernando Pessoa senti, rigorosamente, o cheiro daquelas páginas encanecidas.

P.

22 de novembro de 2010

Tietagem

"-Mãe! Ele ta no mesmo quarterão! To quase respirando o mesmo ar que ele! Ta perto pra caralho!"



Ser fan é padecer no paraíso.




Jackie [que ainda esta em choque]

"Get back, get back, get back to where you once belonged.
Get back, get back, get back to where you once belonged.

Get back John!"

Ah... Paul, não faz isso comigo não...

Ele caiu
Ele dançou
Ele foi embora
Ele disse 'Boa noite'.


...

J

20 de novembro de 2010

j.e.,

Quando utilizei a expressão "sem crer", não quis realmente exprimir estupefação.

Na verdade, acho fiquei estupefata com a minha descrença prematura. Vi numa tela um bando de adolescentes tentando fazer revolução (mais uma vez) e me senti velha. Velha porque era como se já tivesse visto aquilo cinquenta vezes e já possuísse, previamente, a certeza de que nada sairia do lugar e, caso saísse, não tardaria a lama a alcançar o que quer que fosse. Fiquei estupefata porque — ao que parece — que não tenho idade para duvidar tanto de tudo, inclusive de que haja possibilidade mudança. Tenho até uma postura, de certa maneira, teimosa no que diz respeito à mudanças, meu eterno clichê que diz que "o alto não é alto sem o baixo". É como se, depois de toda a conquista, fôssemos olhar uns para os outros e dizer: "E agora?" Bem clichê, não?

É fato que não é exatamente agradável um alto muito alto e um baixo rente ao chão, é preciso certo equilíbrio, mas não se há equilíbrio no avulso (digo, numa pessoa só), como haverá no todo? Coloquei na cabeça que nada leva a coisa alguma, então, qual o ponto?

No fim das contas, pode ser só uma fase. Logo, logo, lá estarei, gritando insanamente, tomando dores, chorando pelos fracos e oprimidos na inconstância típica dos 17. Ou não. Mas, por enquanto, penso: "Fodam-se os porcos e seus dias de fartura".

Quanto ao convite,
me desculpe, não sabia que havia crescido
a tal ponto essa vontade de ir a um boteco qualquer.
Dia 28, domingo, tem vestibular,
mas isso não está me afetando como deveria,
então nos falamos até a sexta-feira.
E se a banda for ruim, ces't la fucking vie.

R.

thanks, boris

Esse querido, do filme Whatever Works, do Woody Allen, explica a falta de mudança nessa bostinha.
— Não é a ideia por trás do cristianismo que critico, nem do judaísmo ou qualquer outra religião, e sim os profissionais que fazem disso um negócio. E esse negócio de Deus dá dinheiro, uma nota preta.
— Vai começar...
— Já sabemos, Boris.
— Ei, os ensinamentos de Jesus são bem bonitos, assim como era a intenção original de Karl Marx. O que poderia dar errado? Todos vivendo em igualdade. Fazer pelos outros, democracia, o povo no governo... São ótimas ideias, todas elas, mas todas sofrem de uma específica falha fatal.
— E qual é?
— Todas elas são baseadas na ideia falaciosa de que as pessoas são, essencialmente, decentes. "Dê a elas a chance de fazer o certo e elas o farão. Elas não são estúpidas, egoístas, gananciosas, covardes e pequenas".
— Elas fazem o que podem.
— É, fale por você mesmo, Boris.
— Só estou dizendo que as pessoas fazem a vida ser pior do que é. E, acredite, já é um pesadelo sem a ajuda delas. Mas, no geral, lamento dizer, somos uma espécie fracassada.

PS: A diferença é que R de Rudi não precisou me dizer quão decente as pessoas não são.

mudar as regras não extingue a arma

Sonhei comigo.

Vi a mim mesma numa sala, as paredes de um leve tom pastel. Havia plantas pelo cômodo, secas. O sol sumia por entre os telhados; seus remanescentes invadindo minha casa. Meus olhos cansados já não podiam crer.

Encontrava-me bem no meio do amanhã, num momento em que os Edukators já haviam feito o que acreditavam ser o certo, o justo, o revolucionário.

"Faz parte da natureza humana querer ser melhor que os demais", acho que foi o que ele disse. O tal adepto do amor livre e da revolução, que depois resolveu comprar um carro com ar condicionado, constituir família e então virou magnata. "Eu jogo o jogo, mas não fiz as regras", ele afirma. Respondem, então: "Não importa quem inventou a arma, e sim quem puxa o gatilho".

E a única coisa que meus olhos cansados são capazes de ver (sem crer) é que... nada mudou.

R.

18 de novembro de 2010

Eu disse a ela: ele nem ao menos está mentindo.

Nunca realmente precisamos de nada. Insistimos em vasculhar as naturezas e os universos e as sensações porque somos mimadas.

Ces't la vie.

coco avant chanel, avec audrey tautou

Você me perguntou, e pra variar eu não respondi. Tua falta de confiança machuca, também os insultos, esses tão inofensivos, e a tua tão estranha prepotência sobre tudo.
Jamais te conhecerei, já entendi essa parte, não precisa reforçar. Será que só eu que sou tão medíocre a ponto de ser compreendida? Eu sinto a tua vontade e de entrelaçar as mãos pelo meu pescoço, e a tua boca de desprezo... A mesma, como podem ser tão parecidos?
Você quis me deixar para me manter segura, mas nada é seguro. E ficar longe muito menos. Eu me despedi sem te olhar nos olhos e desci. Com a verdadeira intenção de partir, eu olhei pra trás, mas não pra pedir que você me seguisse, mas pra ver sua feição, calada, enfim. Me arrependi no mesmo instante em que pisei naquela escada, mas na minha cabeça lutava por estar consciente que não voltava por orgulho. Você brigou comigo por não lutar, não gosta de repetir como me conhece bem? Deveria saber que eu ia, e eu sempre vou. "É, pode falar, sou isso mesmo, se ao menos fosse poeta...".
A minha resposta era, que no momento, tudo que eu queria era poder encher a cara sem ter que voltar pra ninguém, e tudo que isso implica.

Com amor, Jackie
"-Lembra dela? É, ta diferente.... Mas [ainda] é a little jack."


Da mãe que sim, fica bêbada. E me acha por aí, no lugar errado.

"i am hollow"

the best line in the whole Van Helsing thing, said by the Darcula,
'cause I think I don't even like that movie...

R.

17 de novembro de 2010

People don't know how to love. They bite rather than kiss. They slap rather than stroke. Maybe it's because they recognize how easy it is for love to go bad, to become suddenly impossible... unworkable, an exercise of futility. So they avoid it and seek solace in angst, and fear, and aggression, which are always there and readily available. Or maybe sometimes... they just don't have all the facts.

Lavender 'Popye' Wolfmeyer, from The Upside of Anger