20 de novembro de 2010

mudar as regras não extingue a arma

Sonhei comigo.

Vi a mim mesma numa sala, as paredes de um leve tom pastel. Havia plantas pelo cômodo, secas. O sol sumia por entre os telhados; seus remanescentes invadindo minha casa. Meus olhos cansados já não podiam crer.

Encontrava-me bem no meio do amanhã, num momento em que os Edukators já haviam feito o que acreditavam ser o certo, o justo, o revolucionário.

"Faz parte da natureza humana querer ser melhor que os demais", acho que foi o que ele disse. O tal adepto do amor livre e da revolução, que depois resolveu comprar um carro com ar condicionado, constituir família e então virou magnata. "Eu jogo o jogo, mas não fiz as regras", ele afirma. Respondem, então: "Não importa quem inventou a arma, e sim quem puxa o gatilho".

E a única coisa que meus olhos cansados são capazes de ver (sem crer) é que... nada mudou.

R.

Um comentário:

  1. Um dia, talvez, os olhos, entre a resignação, o ceticismo e a lucidez, vejam tudo isso sem estupefação.

    P.S.: E quanto a "quando a banda for boa, eu te chamo"?

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