15 de junho de 2010

"E Clarisse esta trancada no banheiro, e faz marcas no seu corpo com seu pequeno canivete. Deitada no canto, seus tornoselos sangram e a dor é menor do que parece. Quando ela se corta ela se esquece, que é impossível ter da vida calma e força. Viver em dor, o que ninguém entende, tentar ser forte a todo e cada amanhecer...
"Não me olhe assim, com esse semblante de bom samaritano. Cumprindo o seu dever, como se eu fosse doente, como se toda essa dor fosse diferente, ou inexistentente. Nada existe para mim, não tente. Você não sabe e não entende...
"Clarisse sabe que a loucura esta presente, e sente a essência estranha do que é a morte. Mas esse vazio ela conhece muito bem, de quando em quando é um novo tratamento, mas o mundo continua sempre o mesmo. O medo de voltar para casa á noite, os homens que se esfregam nojentos no caminho de ida e volta da escola. A falta de esperança e o tormento de saber que nada é justo e pouco é certo, e que estamos destruindo o futuro, e que a maldade anda sempre aqui por perto...
"Eu sou um pássaro, me trancam na gaiola, e esperam que eu cante como antes. Eu sou um pássaro, me trancam na gaiola, mas um dia eu consigo existir e vou voar pelo caminho mais bonito."

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