4 de fevereiro de 2011

rotina

Abro os olhos. O teto continua no mesmo lugar. As cinzas, os livros e as cordas também. Não as cortinas — o vento é o que há de mais insistente, até onde sei.
Não sei porque mantenho a janela aberta; não tenho claustrofobia. Pelo menos, não de acordo com médicos. Bem, nunca fui ao médico para confirmar isso, mas eu consigo entrar num elevador. Só não consigo fechar a janela.
Tenho dormido mais quente que o calor que há do lado de fora. Tenho dormido mais só que eu mesma. Tenho dormido menos que tudo. Tenho gritado tanto quanto a vizinha, mas penso que não tão cruelmente quanto ela. Ou talvez sim. O que importa é que tenho gritado. Mas hoje não gritei. Apenas ignorei. Não sei o que é pior.
Tenho comido mais que suficiente, escrito menos do que ambiciono, menos que suficiente, tenho escrito pouco. Tenho estado calada.

Tenho sido um triste nada.

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