29 de junho de 2010
28 de junho de 2010
Tudo é dor
Toda dor vem da vontade de matar as dores do mundo;
Toda dor vem dos remédios para dor;
Toda dor vem do desejo de sentirmos dor,
27 de junho de 2010
A Lack Of Color
I really see you upside down
But my brain knows better
It picks you up
And turns you around
Turns you around, turns you around
[...]
This is fact not fiction
For the first time in years
And all the girls in every girlie magazine
Can't make me feel
Any less alone
I'm reaching fo the phone
To call at 7:03
And on your machine a slur a plea
For you to com home
But I know it's too late
I should have given you a reason to stay
This is fact not fiction
For the first time in years"
A Lack Of Color, Death Cab For Cutie
Porque traduzido perderia a graça.
Ao acordar, melancólico, com a idade que ainda tenho, é impossível deixar de procurar uma razão para tudo. Olho à minha volta e vejo tudo num tom de sépia, insosso, inerte. Então, de uma vez por todas (que, na verdade, é só dessa vez) aceito as coisas quase todas como são.
R.
Adolescentes (e escritores)
It's in the air now
Bitter tears and broken hearts
We're teenagers
We count the years, we think we're smart
But we're not, we don't know anything
So don't ask me where I'll go
'Cause, frankly, I don't know
And I don't give a shit
Why must we all make sense
Of what just won't make sense
For once I'm just gonna live
Teenagers, we don't know anything...
[...]
"Respondo que não haver uma razão para se estar vivo não implica em não querer, assim mesmo, viver. Os homens, os cães e as baratas sempre querer sobreviver!"
J. E. Ferreira (defuntoautor.blogspot.com)
As lembranças, os cheiros dilacerados
Nossa bela história está no passado
O amor que me tinhas era pouco e se acabou"
Música, Vanessa da Mata
Bem, Pagu, ainda estamos a imprimir nossa história,
e acho que você ainda não deixou de me amar,
e que o amor é grande,
mas o costume está mais que agarrado.
Está gravado em pedra, e essa foi pra você.
R.
Ressurreição
Não há televisão. Não há telefonemas. Não há música. Pra ser sincero, não haver música é o pior de tudo.
Quando há o nada, não há preenchimento. Não há como avançar o tempo até chegar a hora em que você dorme e tudo volta à escuridão total, sem sonhos, sem suor, sem alarmes, muito menos tranquilidade. Eu sei, é tudo sem sentido. E não há alguém com quem conversar — alguém que depois não usa o que você disse contra você.
A verdade, no meu caso, é que, dramático como sou, prefiro assim, mas sem perceber. Me afundo, por livre e espontânea vontade, no esmo — assim, amiúde, lentamente — para depois ter algo sobre o que lamentar.
Um ser inconstante. O ser inconstante que sou prefere assim. A boa a velha história sobre o alto sem o baixo... Na realidade — a minha realidade —, sinto-me melhor depois do péssimo. Uma espécie de ressurreição. Entrar num buraco e jurar para si mesmo que esta não é a razão pela qual você não vê mais o sol, dormir até maio do ano seguinte, para então escalar até o topo da fenda e cegar-se com a beleza de novos raios que trazem novos planos para serem frustrados e o levarem ao buraco outra vez.
Esporadicamente, e apenas esporadicamente, a frustração não vem. E é aí que o ser inconstante ressurge ao sair do buraco. Ele enxerga — de longe ou de perto, não importa — outros seres, inconstantes ou não, dispostos a mantê-lo longe de buracos e esgotos imundos. Mantê-lo sob a garoa fina de uma sexta-feira repleta de volósses ao vento, úmines quentes, piânitsas poliglotas, esméques e radóste.
Seres constantes e inconstantes, vagando ao meu redor; nadsats da minha djísene; meus drugues.
É só que... às vezes, a radóste falta porque vocês estão longe e eu sou patético feito um bicho de estimação que precisa de atenção.
Ainda assim, mi amas vi. Sempre.
R.
26 de junho de 2010
"— Agora, meu rapazola, és meu! E haveremos de ver se uma árvore não cresce tão torta quanto outra, se é o mesmo vento que as curva!"
"[...]O interlocutor começou a ler. Era um rapaz convenientemente trajado e sentado à mesa, com um livro à sua frente. Suas belas feições brilhavam de prazer e seus olhos mal se continham, que não abandonassem a página que liam, para se fixarem sôbre uma mãozinha branca apoiada em seu ombro, que o chamava à ordem com um tapa camarada na bochecha, cada vez que êle dava sinais de desatenção. A dona daquela mão se conservava por trás dêle. Suas madeixas leves e sedosas se misturavam por vêzes aos cabelos negros do discípulo, quando ela se inclinava para vigiar-lhe o trabalho. E o rosto dela... Ainda bem que êle não o via, porque doutra forma não poderia jamais prestar atenção alguma à lição. Eu, porém, podia vê-la e mordia os lábios, despeitado, pensando que havia deixado passar a oportunidade de fazer alguma coisa mais que contemplar sua risonha beleza."
O Morro Dos Ventos Uivantes, Brontë, Emily.
Cevada, sushi e amônia.
25 de junho de 2010
A chave
Bem, aquela coisa insignificante, de um metal gelado, não quis entrar. Fiquei assim, para fora. Presa. Não pude evitar as lágrimas que me escorreram. Como pode? Talvez se ela fosse uma cenoura, abrisse. Acontece que uma vez que as portas da percepção estão abertas, as da minha casa estão fechadas. Fiquei para fora, da minha própria casa. Ironico. Porque quando uma porta abre, as outras tem que se fechar?
Não podemos simplesmente ventilar livremente? Cacete.
A coisa é que a minha chave não entrou. Fiquei para fora, esperando. A casa é assustadora para quem está do lado de fora. Arrombar sua própria fechadura - aquela que te mantém segura a noite - é algo libertador.
Jackie
Agora dentro de "casa".
24 de junho de 2010
Me Diz
Por que é que eu intensifico pequenas coisas?
Por que é que eu minimizo coisas maiores?
Por que é que eu ensaio tanto?
Por que? Me diz?
R.
Standing by who?
Porra
Aquela que vi certo dia num espelho abaixo, não foi eu. Era outra. Se ao menos soubesse qual esta escrevendo. Um prazer instantâneo. HAPPY NEW YEAR. Como dizem as más línguas, a felicidade passa rápido. Estou feliz, porque hoje encontrei meus amigos. Eles estão na minha cabeça, e talvez algo mais tenha subido também. Estou sozinha, para variar, e tonta, isso é muito bom. Minha mão parece mais pálida em contraste com o vermelho. E as feridas saltaram.
É triste parecer gripada no metro, sem estar feliz.
E o pulso ainda pulsa...
Jack
P.S. I'm standing by you
Flores
de ver os meus olhos no espelho,
chorei por ter despedaçado
as flores que estão no canteiro...
Os punhos e os pulsos cortados
e o resto do meu corpo inteiro.
(...)A dor vai curar essas lastimas
o soro tem gosto de lágrimas
as flores tem cheiro de morte
a dor vai fechar esses cortes,
as flores de plástico não morrem."
Dramático
E sabe do que mais? Eu estava era com inveja.
É tão difícil ter uma boa dose diária que me satisfaça, quando é que verão isso?
23 de junho de 2010
Um capitulo da História de G.
Na aquela manhã, não me sentia nem realizado nem com desejo de comemorar; quando muito,a atenção havia aumentado meu mal-estar habitual.Me sentia fisicamente doente,sofrendo daquilo que descrevi como "martelada cranial" pioradas pelo estresse.
Nas primeiras horas daquela manhã, eu havia apanhado 2 cigarros e uma chícara de café. Em si, isto não era novidade, isso já é habito eu acordar fumar e tomar café, só depois me preocuparia com os meus dentes.
Nisso olho no relógio e são 7:50 ando pelo apartamento e vejo que estou sozinho em casa,o telefone toca.Era uma velha amiga minha que não via a muitos anos, fiquei muito surpreso dela ter conseguido meu número.Convidei ela para vir na minha casa, chegou meia hora depois do almoço, e me trouxe a cópia do filme Gus Van Sant's Last Days que conta a história dos últimos dias de kurt cobain.
Eu já tinha visto esse filme, mais ela não sabia, ela só sabia que eu era fã do nirvana.estávamos vendo o filme juntos, no meio do filme ela me puxa um baseado, já eram duas surpresas em só um único dia.
Foi a melhor brisa de todas ao lado daquela loca...
O dia era lindo e a dor de cabeça não passava, depois do filme e das cannabis sativa ela tinha que ir embora.Ela se foi e me deu um selinho, daí já eram umas 4h da tarde...
Incertezas em meus pensamentos, alma em conflito com o corpo.embaraçoso saber que não estou certo,mas vou prosseguindo.Mesmo estando no meio de varias pessoas é tudo vazio, uma coisa eu tenho de confessar ultimamente eu estou muito quieto, fora do costume até meus amigos estão percebendo essa mudança não sei o porque disso mais eu estou apático, meu entusiasmo não é mais o mesmo e sinto falta de alguem do meu lado. Em fim,mais um dia,a vontade de desistir de tudo é persistente e constante,uma angustia,meus pensamentos estão confusos distantes,sei lá vazio sem forças.
Dia 14/06/2010.
Não sei porque estou deixando vocês estuprarem meus pensamentos, mais eu prometi e esta ai não é grande coisa.
22 de junho de 2010
Childhood, Gray, Smoke And Red
The subway... Weird place. It gets empty when you don't expect for it and gets full when the last thing you want is a crowded place. For a while I stoped giving a damn about it. But not that day. On that day I wanted the subway to be full. Claustrophobic, I really wanted the subway to be crowded, so I could be on my own. But it wasn't. On that day, the subway was such a totally onucuppied vain. It was hollow. A void. And I didn't like it at all.
Eventually, the wind came. That fake wind that crawls from the bottom of your spine and grabs you by the neck. That fake wind that smells like concrete and reminds of childhood, gray, smoke and red. Gray city. Red circle — "Don't Smoke In Here". Then, eventullay, the wind left me, with nobody's company. I felt almost fine for that.
I counted. Fifth wagon. Good — I never liked even numbers anyway.
The door opened, but inexorably I decided not to enter the train.
There was a guy looking at me. And there was glass between us. Yeah, the window's glass stuck on the train's silver wall. The wagon was still, not moving. And the guy kept looking at me with his silver eyes. Big almost-silver eyes. Well, if I could see 'em, then I was looking at them. Looking back. Staring back. We kept staring at each other. Two weird people staring at each other, desiring a cigarette. Yeah, he looked like he wanted a cigarette. Just like me. Or Maybe I confused him with my reflection.
After that, I wasn't really able to see the time pass. I just noticed everything switched to slow motion.
I heard a bell. The guy, still looking at me — at my bushing eyes, got up from his seat —; I felt his hand grabbing my arm before I could see it, I felt the air on my face before I could notice he pulled me up, and the door almost got me before I could see I tripped. I didn't fall; the guy and his white hands, they got me. I felt something strange and rare.
— Are you fucnking tripping? — I asked; I screamed.
— Maybe — he calmly said. — I just wanted to see you some more.
That silver eyes guy freaked me out. He beautifully freaked me out.
— Thank you. I... It is rare to me. To be feeling this. I'm shaking. My heart beats again — I was talking nonsense. But I would find out it wasn't only nonsense. Someday, maybe. The guy dropped my arm. I sat. He sat. We kept staring at each other as I started to wonder — where was I going again? Right. Bank. Then, supermarket. I reminded myself, looking at those silver eyes, how I was dying for some booze.
R.
A Montanha
E quer chegar mais alto
Então o que você faz?
Você espia a montanha
Para onde seu desejo vai
Sangue derramado sobre este lugar
Apenas ecoa a verdade
Dias a fio
E então você espia a montanha
Para onde o seu desejo vai
Oh, ter espaço para saber
Como é que isso vem
Leve isso além
É difícil endireitar-se
Quando o centro está a sangrar
Eles arrancam o meio
E jogam fora
Condução sensabor em nossas línguas
E então temos de nos preocupar
Mais com quem amamos
E quando você vê que onde há fumaça, há fogo...
Heartless Bastards, muito mal traduzido por R.
Fazendo O Que Pagu Pediu
Chorei feito um bebê emo durante dois dias sem saber porquê, mas sei que odeio meu local de estudo, odeio meu local de trabalho, e, às vezes, odeio minha casa. Talvez isso deva contar.
Minha mãe sabe que meus colegas de classe são um bando de animais inúteis, mas não aparenta preocupação. Acho que ela não sabe que eu tenho que ser muito resistente pra não me deixar afetar por eles e que isso é muito difícil. Ou talvez eu seja fraco. Ela já passou muito tempo dizendo que eu não devo encarar as pessoas e que devo ter um rosto mais aprazível, mais simpático, apesar de, no fundo, saber que só não gosta dessa minha cara de bunda porque a faz lembrar do meu pai o tempo todo e isso deve ser irritante. No fim eu só devo usar essa cara por não me garantir numa briga de socos e chutes, a não ser que tenha habilidade suficiente para enfiar a cara de alguém no muro de concreto (o que é uma vontade constante, vejo a cena o tempo todo).
Eu trabalho, e acho que não ter dinheiro trabalhando é muito pior que não ter dinheiro por não trabalhar. Afirmo aqui, oficialmente, que R$100,00 não dão pra nada. Sei disso porque não foi só uma vez que tive de escolher entre fumar ou comer, mas como diz nossa grande amiga Paraná, "para quê comer, se você pode fumar?". Alimento pra cabeça só mata a fome de vez em quando, no fim das contas. Então... sei lá.
Muitos dizem me invejar por eu poder pedir um cigarro para a minha mãe ou para meu pai sem ter de esconder nada. Por eu poder chegar cheirando a cigarro em casa. Mas isso também não faz muita diferença.
Esses dias estive só no meu grande pessimismo... Sou paranóica, estou sempre achando algo de que desconfiar, algo que possam ter dito a meu respeito, algo que possa ter feito para chatear alguém, alguém que planeja fazer algo que me chateará.
Só vocês me ajudam, mas, às vezes, há quedas em que nem as pessoas que mais amamos conseguem nos apoiar.
Não se preocupem, já chamei o guincho porque estou atrapalhando a passagem.
Beijos na testa,
R.
Pah!
Não tenho carro para ir até aí te ver....
Te cuida, Jack
Eu não conto pra minha mãe que eu não converso com ninguém, mas eu percebi que grande parte da escola presta atenção nos meus hábitos, porque disseram isso, e acham que eu sou chata, eu sou mesmo, mas não preconceituosa.
Não trabalho, eu to fugindo muito do trabalho, porque com dezesseis anos eu posso fazer isso de acordo com a minha situação economica. E eu não vou escrever livros por enquanto, porque eu não escrevo bem e tem uma porrada de homens e mulheres que ligam pra idade, e vão dizer da minha potencialidade em escrever eu to pouco me fudendo pra isso, eu prefiro evitar essas coisas, porque vão me chatear, vão mesmo, eu conheço um pouco meu sistema nervoso.
Mas as vezes eu fico puta por não ter dinheiro pra comprar o meu maço de cigarros, e eu penso em trabalhar pra isso também, mas agora eu tenho que parar de fumar porque todo mundo sabe, todo mundo ta sentindo cheiro de cigarro nas minhas coisas e as vezes em mim.
Eu tava fumando ali na sacada pra não ficar cheiro em casa, e por ter um pouco de respeito ainda, daí eu tive que me esconder dum nóia que mora aqui na frente, porque se ELE descobrir que eu fumo, ele vai começar a pedir cigarro pra mim toda vez cara, ele pede pra todo mundo que fuma aqui em casa.
Vocês, no máximo dez pessoas que lêem esse blog, compartilhem suas aflições, suas putas crises, e eu to triste porque o Saramago morreu, acho que vou escrever um livro sim, mostrando toda a minha tristeza pelas pessoas que já morreram.
P.
20 de junho de 2010
Tesoura do desejo
Quando eu atravessava aquela rua morria de medo, de ver o seu sorriso começar um velho sonho bom, e o sonho fatalmente viraria pesadelo. Quando eu atravessava aquela rua morria de medo não da massagem, mas de ver o seu sorriso transformar-se num velho pesadelo, ali, bem mesmo em frente aquele velho bar.
"-Vamos entrar.
-Não tenho tempo!
-O que é que houve?
-O que é que há?
-O que é que houve meu amor, você cortou os seus cabelos?
-Foi a tesoura de desejo, desejo mesmo de mudar..."
J.
Aí elas vão, e como boas formigas, morrem na contramão atrapalhando o sábado, sem nada de mais terem feito.
Vamos correr para ficar no mesmo lugar e viver para não termos que morrer.
Jackie
17 de junho de 2010
EXTRA EXTRA
- Você é a catadora de milho mais rápida que eu conheço!
O que foi, neném?
Sim, sim, seu sei; há sempre tudo e nada sobre o que reclamar. Há sempre um Tyler sobre quem reclamar. Mas nem sempre um Tyler é Tyler. Sabe, não sabe? A velha história de pêssegos que se acham pêssegos e por isso não são verdadeiros pêssegos. E quanto a marcar-se, sei bem que ver escorrer o sangue faz escorrer na língua a lânguida saliva, "faça o que tu queres pois é tudo da lei".
Não, não. Mudei de ideia. Quase tudo é da lei. Ficar longe demais não é da minha lei (hm, dei para criar leis agora; eu, que sou tão eu, e sempre tive problemas com leis e com quem as cria, simplesmente como você. Porém, convenha que essa minha lei é coerente, não acha?) — você será sempre suficiente aqui, e se não for suficiente para você, a gente inventa outra cousa, porque, afinal, realmente sumimos muito facilmente, não é? E lá em casa esse negócio de oco e enjôo eterno vai embora, certo, certo? Quanto a futilidade, que futilidade? Desculpe ser assim, tão eu, tão sentimental, mas dou a vida por qualquer pensamento teu que não faça juz a riqueza externa alguma.
Aqui, a ler suas palavras — que me sangram a boca — sei que já estamos acostumados ao sabor do sangue na boca, não é mesmo? Vamos nos calejando da maneira mais difícil sem saber se algum dia haverá recompensa. Você, que é tão você, era tão saudável e feliz, penso eu. E agora que está mais acordada que nunca, imagino se não teria sido melhor apenas observar e cuidar sem tocar para que não tivéssemos de sofrer com toda essa exposição. E, bem lembrado, você nunca esteve realmente dormindo.
Ainda ouço os estalos que você faz ao telefone, vejo as cenouras da sua cabeça, sinto aquele instinto animal/maternal e lembro-me das longas trocas de palavras estendidas e de simples olhares que nem delas precisaram. Defendemo-nos com garras e, se me preocupo, é porque sei que tenho algo (valioso) a perder.
De repente, não mais que de repente, mi amas vi. Stand by me.
Obrigado pela atenção,
Tertúlia
Feliz desaniversário pra todos vocês e boa sexta - feira, com calor, sushi e muita felicidade!
http://www.horness.com/tools/screenclean.swf Aliás, dem uma olhada!
Caju
Ser alguém em todos,ou todos em um só. Me vi grande em você, alcançou em cheio meu mel e minha ferida.
Descobri convergência entre nós dois, burgueses e poetas, dentro de seus respectivos graus. Para além da alma e das palavras somos rendidos, incapazes contribuir para o contínuo buraco negro do mundo.
Eu olho pras estrelas e vejo. Nos vejo trocando olhares,mantendo a ponte e derrubando-a com enchentes torrenciais.
Nosso sangue é negro, branco, amarelo e vermelho, nobre por todo o mundo, amando todo o amor que houver nessa vida! Canto pelo inferno e céu de todo dia, pra poesia que a gente não vive, por todos que escracham e depois aconselham. O resto deixa pra lá!
A tua pergunta tenho resposta caro amigo;
Que cor é o amor? É branco.
De Caju, Para Caju
De repente
De repente, não mais que de repente, me vi contando e escolhendo.
Me vi chorando e devolvendo. Com os olhos cheios de lágrimas, marquei meus dedos. Fora do controle. Me traí espalhando e escondendo, também rezando e me convencendo que mal nenhum tinha. E quando juntei umas poucas forças e voltei a ficar bem, você me diz algo como isso... O que queres de mim? Não sou o bastante?
A pele, a carne, se cortam com tamanha rapidez, e sumimos tão facilmente. Estou sumindo, mas pareço que cada vez maior.
Quando estou lá, as vozes ficam muito mais compreensíveis, o oco, se sente completo estando vazio, o eterno enjoo passa, e a má disposição também.
E eu, sempre tão desligada e perdida, me achei no chão do banheiro, com gosto de sangue e dor no joelho. Foi, de repente, não mais que de repente.
Perdoem-me por minha falha.
Minha futilidade... E minha covardia.
Foi de repente demais.
Joanita
16 de junho de 2010
Talvez
Mas mudei de ideia, assim, tão simplesmente quanto seria passar a mão em meu cabelo, enquanto, para ele, eu estava elaborando um verdadeiro texto dissertativo sobre o efeito visual do Biscuit.
Então só perguntei quaquer besteira sobre uma música psicodélica que eu estava ouvindo.
Mas... E se fosse importante? Eu, com esse costume de ligar demais pra todas as consequências e julgamentos a respeito do que digo, penso e sinto, deixo passar o que importa. Passo adiante o que importa.
Talvez ele quisesse, tanto quanto eu, ver na tela algo escrito que o deixasse mais feliz por conversar comigo. Algo para deixarmos de sermos formigas.
Talvez eu devesse ter escrito algo que importa.
R.
P.
P. diz:
Fala, ana, que ia escrever uma bíblia e escreveu só 'P.'
Desculpe, P.
É que eu sempre tive essa mania irritante de deixar as coisas passarem sem dizer o que penso e o que sinto.
Mas e você, que ficou a encarar a tela em branco, esperando algo importante aparecer, vindo de mim?
Zero a zero.
R.
Panis et circences
É incrível a confiança que todo o povo tem no futebol, é como se os problemas fossem substituidos por urras e olas durante os quarenta e cinco minutos de cada tempo. Na rua todos pareciam animais defendendo sua cria com barulhos ensurdecedores. De longe pareciam abelhas zunindo uniformemente.
Início do primeiro tempo. Silêncio.
É assustador não ouvir a cidade, andar pelos bairros vazios (exceto quando se dá de cara com um bar e um telão),estranho poder tocar a massa poluente que envolve seu pescoço te asfixiando cada dia mais, sentir soprando no rosto os minutos longos passando, ter os olhos fechados e ainda assim é como se estivessem abertos.
Susto. Fogos. A cidade volta a ecoar palavras distintas caminhando para fora de bocas estranhas. Pessoas se abraçam, pulam, ajoelham-se. Foi gol.
De repente senti um repentino aperto no peito pela goleada brasileira. Não simpatizo muito com competições, sempre tem alguém que deixa cair uma lágrima dolorida. Podem dizer por ai que sou antipatriota, e questionar o porquê de agir assim, sentir assim. Não tento me justificar, porém explico: A questão não é quem está jogando contra quem, e sim é que alguém tem que perder para um outro ganhar.
Saltaram lágrimas dos meus olhos no momento em que a câmera focalizou o rosto doído do goleiro do time adversário. Deixei escorrerem.
Dado o momento, a insatisfação bateu como se com pedras entre os dedos. O motivo? Talvez saber que há completa cegueira por trás de um evento como esse. Me sangrou o coração e veio a minha mente o seguinte pensamento:
Sou brasileira, amo me país, porém não me orgulho da república falida na qual nos tornamos; Utopio o dia em que pelo menos metade do Estado brasileiro saiba por quem votar, saiba ponderar a política e dar valor a tal da "coisa pública" que é em teoria.
Enquanto isso vou cantando e observando de longe o inferno verde e amarelo.
Caju
Essa Saudade Que Eu Sinto...
Saudade por que não disse algo que realmente importasse.
Saudade por que eu nunca tive um gesto marcante.
Saudade de cenas estúpidas de filmes adolescentes.
Saudade de ouvir aquela música que me faz bem, mas me faz mal.
Saudade do Metrô Belém.
Saudade dos centímetros de cabelo que você jogou no lixo.
Saudade daquele gesso que mantinha você mais perto.
Saudade do bem que me faria aquele olhar recíproco.
Saudade do perfume que ficava mais em mim que em você.
Saudade daqueles cinco segundos que fariam diferença.
Me sinto idiota por não descobrir se ainda amo. Será sempre você? Ou isso é daquelas coisas que acontecem pela primeira vez e a gente não esquece? E se for só impressão? Impressão à primeira vista?
"E aí, se rá que você volta?"
Já disse que a busca por explicações e a falta delas só me dão suor mental?
Agora também me dão suor no fígado.
Sinto-me chato.
Pouca coisa incomum acontece. Só o que a mantém mais feliz são minhas druguinhas.
Acho que é por isso que quando surge alguém que faz um gesto que me faz pensar que essa pessoa devia estar na minha vida, eu falo demais nela.
Desculpem, druguinhas, por eu ser repetitiva.
R.
Completa.
Completa é a Pagu.
Com direito aos mais adoráveis defeitos e as mais invejáveis qualidades.
E coisas indefinidas que só fazem parte dela.
Sem ser Amelie, nem Malu, mas melhor que as duas. Eu acho. Bem, tenho certeza.
R.
Fuck Off V
Por que só é agradável estar ao lado de vocês quando não nos tratam como cópias?
Bem, é foda.
"As drogas fazem você virar os seus pais"
RR
R.
Que Bom .
Assim não preciso fingir que não te odeio. Mesmo que nunca tenha vistua a tua cara imunda e covarde.
Vai piscopatear outro, ok?
Estava escrito 'Alicia Te Amo'
Li, pensei e escrevi. Citei e escrevi.
"Disciplina é liberdade
Compaixão é fortaleza
Ter bondade é ter coragem"
E não amo ninguém.
R.
Dentro do Carro
O mundo fora é hostil, para quem cresce numa redoma de vidro. Por isso atiramos pedras e quebramos nossas paredes.
Aqueles dois, no banco da frente, eles querem teu bem, e só. Esse é problema.
Eles sabem o que é bom pra você, e só. Esse é problema. Eles pensam, e acham.
Dentro do carro, amada e forçada. Reclama de tédio. Reclama da musica, da luz e do vento. Dando desculpas fúteis para lágrimas salgadas.
Dentro do carro é fácil julgar e filosofar. Menina patética que não come porque não quer. As luzes da cidade são belas, e você queria estar fora do carro. Conhece aquelas ruas que tantas lembranças te dão. Passa pelos bares e inveja os que fora da redoma estão, os desprotegidos, os desamados. Menina idiota. Lembra de quando por algumas horas era um deles. Nos bares, na madrugada. Em casa somos quem queremos ser. Na verdadeira casa, a NOSSA casa. Não a das pessoas dentro do carro. Estranhos conhecidos que sentam no mesmo sofá e brigam, e só. E aquelas silhuetas tão bem conhecidas....
As vozes que uma vez ninaram, agora dão agonias. Eles viveram e erraram, para que você não precisasse errar. Vivem tua vida e resolvem os seus problemas por você.
Querem que seja o que elas não foram. Sua única obrigação é deixa-los orgulhosos.
Dentro do carro jura que nunca vai se tornar eles. Não vai ter o carro. Nem as miniaturas.
De dentro do carro, vê um velório, está cheio. Ninguém chorando. Ninguém de preto. As paredes são de um verde doentio. Olheiras ambulantes, cansadas e tristes olham para você. Mas sabe que elas não conseguem te enxergar. Pobres formigas.
De dentro do carro vê putas, cachorros e drogados. Quer sair, quer viver. Quer gritar. Mas não pode atrapalhar o silencio sepulcral tão esperado dentro do carro, uma pausa das brigas. Dentro carro é onde você esta, onde tem que ficar, seu lugar. Dentro do carro, com eles, e só.
Facistas de esquerda, forçados pelo sistema, assim como você. E a culpa é toda sua, e eles sabem. A vida deles seria melhor sem você. E reza para que vão embora. Te ensinam a escolher e morrem por você. Dentro do carro. E só.
-J.
Eu fiquei impressionada, pois tantas são.
Circulam, vêem se o solo é bom, mas nunca nos surpreendem.
Por isso pensei se acham que nossas vidas nada valem, e me perguntei: Para que tantos horizontes, se nada falam sobre as verticais?
Confesso que sinto medo de sushizar as vezes, que me sinto prejudicada quando as palavras me ofendem...
Imaginei também todas as coisas que não são ditas e que não foram nomeadas e percebi o quanto não somos amplos.
Não digo que isso seja um materialismo, é um outro nome que ainda não criaram.
Só nos permitimos sentir ou dizer que sentimos aquilo que existe de maneira abstrata: amor, bondade, conhecimento, confusão, tristeza...Além do materialismo.
Digo que isso é aparencialismo.
As chances se transformam em novos dias, a felicidade é realmente alcançável.
E você pensa que sabe do que estou dizendo.
Só minhas druguinhas sabem.
Confesso que canso de vezes que não me contenho ao pensar.
Confesso que vivo, bem e inalcançável por ter pessoas que ouvem minha voz desafinada.
Não estou na rua pra ter sempre um sorriso.
P.
15 de junho de 2010
Mas não do modo dele, L. está errado.
Você vazia do modo dele? Jamais.
Como Rita Pagu pode ser vazia!? Eu realmente não sei... Acho que esse L. está merecendo uma massagem automobilística... Quem ele é para te dizer algo assim?
Você é repleta, essa é a palavra?... Cheia (rs) - talvez dele. Talvez de tudo. Quem sabe até de mim? -
Interprete as coisas do melhor jeito, mas você esta tão deliciosamente repleta como uma garrafa cheia de José, vinte sushis intactos, e uma Ucrânia unida e feliz.
Não esta bom....
Talvez seja bom ser vazia... Melhor do que cheia de caretices e futilezas.
AmoVocê
BoaNoite
=*
14 de junho de 2010
13 de junho de 2010
O Que É Azedo É Mais Real.
Sem causa com efeito"
Só porque o doce não seria nada sem o azedo.
R. & P.
Não pedi o isqueiro porque já te conheço.
Mas não venha com babela.
Não precisa dizer que eu sou a única, não precisa dizer que me namoraria.
Não preciso disso. As coisas são o que são e eu não tenho problemas com a verdade.
E sim, o que o coração não vê, ele também sente. Mas foda-se.
Gosto de você.
Beijos e boa noite.
R.
Ces't La Fucking Vie II
Nessa idade, já desiludido? A vida é assim mesmo?
Por que é tão conflitante? Hora aceito, quero que o mundo exploda, e hora sinto vontade de mudar e não faço nada por causa do sentimento de impotência? Merde.
Não banque o pai. Deixe que o pai resolva. Mesmo que idade seja um termo vago e relativo.
R.
Ces't La Fucking Vie
Cansei de me revoltar equanto olho para uma tela brilhante, se estou a penas sentada no sofá, adquirindo calorias inúteis.
Tudo deveria mesmo ser assim; acho que depois de quase vinte anos acostumado a isso, a perfeição tira todo o apetite. Que graça tem o alto sem o baixo, ou o adorável sem o desprezível?
A gente tem que aprender a diferenciar as coisas. Esse é o nosso mundo.
Meus amigos não estão procurando emprego — talvez seja por isso que estamos todos sem dinheiro. Comparando nossas vidas, reparamos apenas diferenças mínimas.
Se Restart deixou de ser botão de videogame, Cine abreviação de Cinema e Colírio, remédio para os olhos, deixe estar.
Aprecio o que é bom para mim, mas quem sou eu para ditar o que é bom para outros?
Não sou ninguém.
R.
12 de junho de 2010
Welcome To The Jungle.
"Ah, querida, é uma sacanagem com você fazer você entrar nesse vagão lotado. Você só tem que chegar ao seu destino às nove".
Realmente. E eu não entrei no vagão mesmo. Preferi olhar de longe. E em seguida preferi não ter estado lá.
Estdudantes, advogados, faxineiros, fumantes, sambistas, fúteis, tudo junto e misturado, pessoas se matando para chegar a lugares que odeiam, ver gente que desprezam e ouvir coisas que abominam às sete e trinta da manhã porque, bem se sabe que sem dinheiro não se é ninguém.
Ah, esqueci de avisar pra ter cuidado, a disputa é acirrada — essa gente, ou whatever they are, arranham e mordem.
Bem vindo à selva.
R.
11 de junho de 2010
9 de junho de 2010
Vazio... Frio... Partiu...
8 de junho de 2010
Fuck Off IV
Fui gentil, atencioso e educado.
E até agora não consigo entender por que ainda me olham como se eu estivesse fantasiado de pinto gigante."
R.
— Ah, é você — disse.
— Você tá bem? — ela perguntou. Acho que reparou na minha mão que esfregava o braço dolorido. Ela era feita de que? Aço?
— Estou ótimo — respondi. Que outras mentiras eu poderia inventar? — E você?
— Bem... — ela respondeu, meio sem vontade. Ou talvez também fosse mentira. Uma mentira que cheirava a Mont Blanc e estava quebrando meus quinze centímetros de espaço limite. Ela estava perto. Perto. Demais. — Achei que não fosse falar comigo hoje.
— Eu não ia.
— Não? — a garota vincou a testa.
— Não... Quero dizer, sim. É... Sim. Eu ia. Mas acho que não tenho nada de interessante pra dizer.
— E você ia fazer o que? — ela zombou. — Ensaiar primeiro?
— Talvez. Não sei — eu disse. Ela riu da minha cara. Riu da minha cara de novo.
— Comente sobre o tempo — ela sugeriu. — Todo mundo faz isso.
— Uma das muitas coisas das quais sou incapaz é ser igual a todo mundo. Mas eu posso tentar. Está nublado hoje, não?
Ela riu mais uma vez. Talvez porque fizesse um sol de trinta e seis graus naquele dia. Eu não podia com aquela ausência de méssel pugle.
— Quer saber? — ela perguntou; lá se foram mais cinco centímetros — Quem se importa?
— Todo mundo.
— Não somos todo mundo — ela disse. — Felizmente, não somos.
Então não havia mais centímetro nenhum."
R.
Loser.
De olhos arregalados, ele me olhou com uma expressão ultrajada que eu não via havia muito tempo.
— Ei, mina, tué folgada, hein! — ele atirou as palavras, realmente indignado, com aquele sotaque típico de sudeste; malandro, arrogante. Um pseudo intimidador.
— Não — respondi. — Seu pinto é que é fino."
R.
Sem Graça
Sem gosto, sem graça
Me faça feliz um dia se puder
Vem, me abraça
Me prende e desfaça a arruaça
Ou me empresta o revólver
[...]
Antes que tudo perca a graça
Nada que me faça ter a vida que eu deixei"
Vilania
Trainspotting II
Transpotting
7 de junho de 2010
Aos marujos
Caju
Decodificado.
Rirão assim para sempre? Como rirão, se uma delas não enxerga o bom do que vem depois do presente? Pessimista.
Só o futuro imaginado é especial. No passado estão as perguntas.
E se no futuro não rirem ou perguntarem mais, é porque decodificaram a porta dos deficientes.
Não quero. II
O que há contigo?
Me fez chorar. Outra vez. Será que não vê?
Não quero nada que possas comprar. Nada que possas pagar. Muito menos que não possas pagar.
De muito adianta a matéria quando não podes me fazer sentir bem perto de ti.
Palavas, palavras e mais palavras. Não posso crer que outra vez as usou contra mim para logo depois fazer-me sentir mal. E só. Tão só.
Estamos as duas num beco sem saída. Por quantos anos mais perdurará esse nosso impasse?
6 de junho de 2010
Para minhas druguinhas
Sans Voix.
Repentinamente.
Aquela filha da puta me pegou de surpresa outra vez.
É só chegar, num ponto onde a vista dela alcança, uma pequenina frustração, uma efêmera irritação, uma simples impotência, e ela ataca.
Me tira as letras, o tato, me tira até a voz.
Sacanagem, isso aí.
Recadinho pra ti, ma réflexion: eu te acho. E se tu me derrubar outra vez, é melhor garantir que eu não levante, porque quando eu te pegar, não vai sobrar nada dessa tua cynique petit visage.
R.
(A que está do lado certo do espelho)
O Ensaio Sobre A Cegueira, J. Saramago
Carl Solomon
"A psicanálise é boa para algumas pessoas, não para mim, prefiro tranquilizantes."
"Tenha um coração, mesmo que um dia eles enfiem nele uma estaca."
"Desligue a TV, faça algo extravagante."
"Onde quer que você vá será sempre um turista."
Fuck Off III
Or sing about the gonvernment
Oxicoton genocide
Adolescent suicide
Give me sincerity
Or fuck about Kennedy
Here's what I got to say"
Pra que falar das coisas que fazem sentido, se o próprio mundo já é a falta de nexo em peçonha?
Fuck Off II
With all the lies in the books
To make a citizen out of you"
Teenagers, MCR
Aqui é heresia pura.
Pêssego, Peach, Pêche.
Um pêssego não pensa em si como pêssego — ele se descobre um pêssego. E isso, para um pêssego, é surpreendente.
Pêssego. Macio. Suave. Saudável.
Imagine você, suposto pêssego, a vagar por onde é de costume. Surpreendente seria ouvir um sussurro, um cochicho, talvez um grito.
Pêssego!
Quando saltarem os S's aos seus ouvidos, pêssego, não hesite. Livre-se do caroço porque bem se sabe que ele atrapalha, e muito — cuspa-o logo de uma vez, pois um simples caroço não merece um pêssego só para ele.
E um pêssego merece lábios e línguas — lábios e línguas que apreciem um verdadeiro pêssego.
R & P
(Verdadeiramente em conjunto desta vez)
5 de junho de 2010
E temos também: os inertes.
Não gosto do sol das onze na minha cara, nem das criancinhas no playground, muito menos de roupas esportivas. Prefiro as janelas fechadas, as crianças caladas e um moletom que simplesmente me sirva.
Sou fisicamente inerte.
Já o meu cérebro... Bem, eu penso muito.
E não vá logo achando que isso é uma coisa ótima — não é.
É simultâneo: reconhecer o bom e o ruim.
Ter uma visão mais ampla do ser humano e de suas escolhas e decisões, de suas vitórias e fracassos, de suas invenções e destruições não é lá essas coisas — a merda é proporcionalmente crescente. Ah, não falei também dos dilemas e da indignação. Sim, indignação. Porque quem pensa muito enxerga melhor. Quem pensa muito tem mais noção de 'massa'. Quem pensa muito descobre mais rápido todo o esquema. É como eu disse a G.: "Ou você pisa na merda e se suja tentando limpar, ou você olha de longe. Mas aí você fica sozinho, isolado".
Se os mentalmente agitados tomam providência? Eles não tomam.
Como eu, uma boa parte deles reclama, reclama, reclama de novo, sem atinar que simples palavras proferidas e ouvidas por outro alguém agitado não vão mudar nada.
NINGUÉM MAIS DÁ OUVIDOS A PORRA NENHUMA NESSA MERDA.
Você tem que fazer. E no fim, eu odeio me exercitar.
E aí? Bem, é só ligar o "Foda-se" e ser feliz.
E enquanto isso... Temos os fisicamente agitados, dotados de um Tico e um Teco; os fisicamente inertes, indo à loucura; e os isentos. De tudo — isentos de voz, de misteriosidade, de olfato.
Esses últimos aí têm sorte.
Os Cérebros Fervilhando Em Casa.
Gente bêbada cantando em francês, gente na bad, gente descobrindo como é estranho só vagabundear por aí, gente curiosa sem se arrepender, gente de polícia para quem precisa.
Amigos que surgem do nada acabam sendo alguns dos mais agradáveis — a sinceridade sem receio é uma coisa mágica.
E eu pensava haver apenas cerveja, rock 'n roll e cigarros.
Lembrem-se sempre: há sempre algo mais nos parceiros de boemia. Não os subestime.
R.
Pagu me contou.
Não quero .
I'm Told; Parte II
There's a constant buzzing in my ears
Sense of humor's void and numb
And I'm bored to tears"
Consoler of The Lonely, The Raconteurs
Havia vento e chuva, as janelas e portas batiam, mas o barulho nenhum era o que estava me incomodando. Um barulho que não era barulho, dentro da minha cabeça.
Pensei em pessoas. As melhores e as piores. Descobri que as piadas não têm a menor graça.
E também que o post heroin effect aparece em média a cada 5 horas.
E agora, que o assunto acabou? A gente ouve Justin Bieber? Compra umas balinhas? Rah Rah Rah Ah Ah Ah, Rama, Ramamah, Gaga Ooh La La?
Ah... Falô, hein, malandro.
"Não sabia que você estava em depressão", disse G.
"Ana, muda o mundo pra mim?"
Não posso, G.
Como já disse, tem muita gente pensando a mesma coisa, mas em lugares distantes, em suas mentes. O mundo está cego.
"— A mãe de um amigo meu disse que ele só pode pegar o carro outra vez quando tiver a licença.
— Putz, que bosta.
— Eu sei. Acho que só vou ter um carro quando puder comprar um Mustang. Ou seja, nunca.
— Ah. Se aliena, vive no sistema, foda os colegas de trabalho e vira uma burgesa."
Boa, G.
R ivotriller
Desse teu jeito .
toda essa boemia, toda essa libertinagem e essa química.
Rivotriller? Quem sou eu pra ser R se o próprio R está sempre fora do meu corpo?
Reuniões invejáveis são aquelas em que Rita Pagu está presente.
De qualquer maneira, sempre me arrependo mais do que devia; e não apenas abrigo a fraqueza como também dou-lha calor e alimento.
Quem são seus capitães? E os heróis? Ainda existem heróis? Há ainda algo de que se orgulhar, algo a ser admirado?
Estamos no mesmo barco? Estamos?
Estou começando a pensar que, como a covarde que sou, quando a tempestade transformar-se em furacão, se ainda não transformou-se, ao invés de levantar âncora e ir com a correnteza, feito J. Homme, vou mesmo é abandonar a embarcação.
Já que aquela outra de mim só faz me privar de tudo o que é o meu melhor, deixando-me apenas futilidades, um charminho, certos dotes artísticos e mais nada, bom mesmo vai ser quando eu estiver do outro lado do reflexo, ela vai bem é levar uma boa surra. Me empresta o revólver? Aproveito pra abrir a sua Caixinha de Pandora Galvão.
Não dê atenção a certas crises de idiotice minhas.
Amo-te. Mas assim, desse teu jeito.
R ivotriller
Viuvez
E vocês me deixam assim, mesmo sem saber que me deixariam, sem luta e uma tosse, mais um papel sangrando na mão, umas escritas e mais químicas no corpo, uma libertinagem aqui, uma boemia ali, reuniões invejáveis.
Finais dignos de esquecimento?
Eram aqueles que buscavam.
Não me importa quantas vezes vocês se arrependeram para os outros, e sim quando não se arrependeram pra vocês próprios, e mesmo assim eu abrigo a fraqueza.
Aos meus capitães, todos eles.
Pagu
4 de junho de 2010
Heroin .
E uma cara embriagada
No espelho do banheiro