22 de agosto de 2010

E, com vergonha, digo que sonhei com a falta de preocupação, a perda de responsabilidade. Rezei por um novo começo que surgiria com um final, um tanto dramático admito. Pouco me importa na realidade virar estatística.
E, com vergonha, nego que cheguei a esperar por isso. Estou presa nesse ônibus com os vidros embaciados, me deixando tonta. Esse fenômeno de ver as bocas articulando sem sair som algum é realmente fascinante. Devo estar pálida, pois o "licença" não saiu alto o bastante, mas juro que o falei. Se chorei foi por medo. Medo de esquecer quem sou. No fundo sempre temos medo de ir demais. Do não parar, a falta de controle. Então quando a música acabar — não tenho medo do escuro — mas deixe as luzes acesas, pois quintos andares são sempre evitáveis e algumas facas tem dois gumes.

E, com vergonha, admito que sonhei.
Eu, sendo assim, tão vil e egoísta, sonhei com certa... Morte.

Vil no sentido mesquinho e infame de vileza.

Jackie Tequila

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