14 de outubro de 2010

de la mancha


Eu estava devaneando a respeito de minhas estórias, uma em particular. A personagem principal devaneava também. Até que me veio à mente a cena:

"As pessoas mudam", ela diz.

Logo em seguida, nesse meu hábito de evitar o desperdício de inspiração, que já me surge pouco frequentemente, ilustrei a frase com o desenho acima. De repente, ouço: "Isso foi pra mim?" Era Caju. "Não sei, foi?", quis responder.
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Caju veio me dizer que eu poderia ter deixado um recado indirectamente para ela, que isso estaria no meu subconsciente.
Talvez fosse suspeito o fato de eu ter passado o dia calada, mau-humorada, com essa minha cara de bunda, que já é bem comum. Mas nada dessa balela de subconsciente comigo. É fato que sua inconstância já foi tópico de minhas conversas — de meus diálogos e monólogos.
Ela não tem culpa. O Quixote aqui sou eu, imaginando coisas, e devia ter-me acostumado há tempos, mas "há tempos são os jovens que adoecem". Se eu aprendo por osmose, caju deve ser uma esponja. Até porque Deus fez a todos à sua imagem e semelhança — Bob Esponja Calça Quadrada, Amém.
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Já confessei, aqui mesmo, que é o desapego que me desorienta, e nem isso foi suficiente para fazê-la entender. Estaria ela tão paranóica quanto eu? Com algum peso? Ou ela apenas percebeu quão difícil eu sou de lidar?
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Então whatahell significa "isso foi pra mim"?
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Desculpe, Caju, se é tão difícil jogar conversa fora, ler revista de moda, rir descontroladamente por certos motivos; se é tão difícil simplesmente ser ao meu lado. Não posso mentir que me agrada.
É que eu estou tentando ser, e há muita coisa nova, muita gente nova, muita imagem nova, muitas luzes novas, e eu continuo aqui, parada, enquanto você está aí, correndo.
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Mas isso não muda nada — ainda há muito mais que isso pra você.
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R.



PS: espero que você tenha consciência de quão inapropriado seria
espalhar isso pelo hemisfério sul. Venha me encontrar.

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