19 de julho de 2010

Acordei meio sem vontade achando que minha mãe ainda estava em casa às dez. Não estava. Estava eu ouvindo coisas? Enlouquecendo? Já me perguntei isso tantas vezes sem achar resposta alguma que acho que comecei a enlouquecer, de certa maneira, só por me perguntar a mesma coisa, se eu estava louca, de novo e de novo. E minha mãe não estava em casa.
Estava sem vontade de comer, com preguiça de procurar por algo pra me encher o estômago. Só fiz uma xícara enorme de café. "Isso faz mal", minha mãe fala. Ela fala e fala e fala... Porra. Irrita.
Peguei dois ônibus. Não sei porque dois, acho que eu estava com receio de me atrasar, mesmo que sempre acabe chegando vinte minutos antes do meu horário. Cheguei dez dessa vez. Mas o café de lá é ruim. E não posso sair pra fumar. Tédio.
Tentei falar com eles, três deles. Com um eu eu consegui, e acho que esse é o que mais me tolera. Os outros dois deviam estar procurando algo com que se matar lentamente. Devem ter achado, já que não me responderam. Ah, e o tédio.
Saí. Gritavam na minha orelha. Vi que é mais fácil ignorar do que eu imaginava. Aquele bafo do ônibus de quando fecham as janelas estava lá, nojento. Conversavam ao meu lado, eu ouvia as vozes por baixo da voz do californiano com cara de inglês que toca gaita. Que bosta, preferia só a voz dele, por cima do absoluto silêsncio.
Lembrei deles de novo.

Morcegos enlouquecidos no meu estômago, acontecia o mesmo que acontece quando corto cebola.

Nó na garganta.

Paranoia, crueldade, flagelação.

Foda-se. E boa sorte.

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