19 de julho de 2010

De J para J

"Momento
E sua ilusão.
O amanhã
E sua imaginação.
O ontem
E nossa dor.


O que dizer
Deste espaço,
Sou distante,
Nesse instante.


Só um sorriso
Me animou,
Mas que sorriso
É esse?


Quando acalmarei
Meus impulsos.
O discurso é bonito
e inócuo.


Nestas palavras
Passo o tempo.
Quero o mato,
E sorrir para a pedra,
Para a agua.
Tentar ser parte destes,
Mas e o ego, onde o guardo?

Estou a procura,
Há muito tempo ,
Algo me incomoda.
Talvez o comodo
Do burguês, do ser
Que tem vontades,
mas as pessoas
diminuíram e
continuam diminuindo
em meus dias.

Até o que escrevo,
Tem que ser belo.
Por que?
Por que rimas?

Da vaca que livro
da morte.
Do costume estranho,
Que aprendi na vida,
E não pelos meus pais,
Quem será meus pais?

Pobre pai João.
Tanto sofre, mas logo mais
Nem saberá quem é.
O tempo cuida de todas
as matérias e a inteligência.

O antigo ator,
Belo e forte,
Hoje na cadeira,
No hospital só espera o ultimo suspiro.
Ficará nas máquinas,
Que inventamos
para enganar a morte.

Tolo engano,
Serei mais um tolo.
Os aborrecimentos
que nos causam
a falta, e o excesso.

Não quero o apego,
e a solidão não incomoda.
O barco vai sobre a agua.
Eu sobre o barco.
O céu sobre minha cabeça.
A cabeça fica,
A pensar, o que não deve
pensar.

Existo, não tenho dúvidas.
Para que mais as coisas se resolvam
por si só.
Estou só e qual o problema.
Devo resolver,
A solidão é vaga.


O costume estranho
As minha filhas aprenderam
Fico grato, pela paz,
da vida e do amor.
A dor não é dor,
e sim o pensar sobre a dor.

As palavras não tem
sentido ou função.
Tentam apenas expressar,
O que não tem expressão.
Tenta dizer,
O que não pode ser dito.
Sonha,
O que não se deve sonhar.

Calar e perceber
O som do silêncio.
O que não vejo,
O que não ouço,
O que não sinto.


O agora já passou,
O passado retornou,
No mesmo barco estou.
Continuo olhando pro céu.
O véu que me cobre,
Segue o infinito.
Bonito o horizonte.
Não existe pontes,
Que me leve lá.

Procura-se tesouros,
ouros, carícias.
A malícia humana,
Do bem material.
Afinal o que resta,
A não ser passar o tempo.

Tento, tento, tento.
Esquecer as magoas
do passado,
Não pretender as magoas
do futuro.


Quero ver, mas não posso.
Existe uma trava,
E só vozes ouço.

A minha frente
Símbolos,
Profanos e místicos.
O negro de sua camisa,
A beleza de sua vida.
A luta da profano,
A bandeira do diferente.

Menino segura,
A sua volúpia.
Releia seus livros.
Cumpra o bem.
Observe o mar.
Sorria amigo.





Parah Jack*"
(Agora na íntegra)
J. de Jonh que escreveu para J. de Jackie...
*Trocadilho intraduzível. rsrs

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